Identidade de gênero e orientação sexual
Identidade de gênero e orientação sexual são termos diferentes, mas que frequentemente causam confusões na população. Especialmente neste momento histórico do país, a pauta das identidades trans está presente nas grandes mídias.E afinal de contas, qual a diferença?
Antes de explicar precisamos diferenciar sexo, de gênero. De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5 (DSM 5), sexo se refere às características biológicas de masculino e feminino; enquanto gênero está mais relacionado ao papel público desempenhado socialmente, como: homem ou mulher, menino ou menina. O primeiro mais ligado a uma classificação e diferença biológica e o segundo a um fenômeno construído socialmente.
A partir do nascimento, a criança recebe um gênero que se baseia no sexo, ou seja, se nascida do sexo masculino é designada menino, e do sexo feminino, como menina.
A questão da identidade de gênero é importante, pois não necessariamente esta pessoa se identificará com o gênero que foi designado a partir de sua biologia. Por exemplo, uma criança definida como menino ao nascer, pode se identificar futuramente como menina, neste exemplo tratando-se de uma criança transgênero.
Transgênero, portanto, é uma classificação que engloba todas as pessoas que momentaneamente ou de forma contínua, não se identificam com o gênero designado ao nascer.
Já “identidade de gênero” pode ser definida como a forma que a pessoa se identifica e se vê no mundo: homem, mulher ou alguma categoria que não se encaixa em masculino e feminino, e que pode ser igual ou não ao gênero atribuído ao nascimento. A construção dessa complexa identidade de gênero tem origem a partir da relação de fatores de ordem biológica, psicológica e social.
Orientação sexual, por outro lado, é algo ligado a atração sexual à algum gênero, e não tem qualquer relação com a identidade do indivíduo. Pessoas trans podem sentir atração por qualquer gênero, sem isso interferir na identidade delas, assim como as pessoas que se identificam com o gênero que foi determinado ao nascimento. Isso significa que um indivíduo trans pode ter qualquer orientação sexual possível.
Atualmente no DSM 5 o sofrimento associado a incongruência entre gênero designado e gênero expressado é classificado dentro do diagnóstico de Disforia de Gênero. Esse diagnóstico sofreu uma mudança em relação à edição anterior deste manual, que o classificava como “transtorno de identidade de gênero” e atualmente teve seu foco retirado do aspecto da identidade.
Bibliografia:
American Psychiatry Association. Diagnostic and Statistical Manual of Mental disorders – DSM-5. 5th.ed. Washington: American Psychiatric Association, 2013.
Artigos recentes
Mancini Psiquiatria
1 Comment
Anete Mancini
Informação clara
Obrigada