Funções executivas: como nosso cérebro se organiza
As funções executivas (FEs) são um conjunto geral de habilidades cognitivas que são necessárias para que consigamos alcançar nossas metas. É através delas, que somos capazes de nos organizar para uma viagem, resolver problemas, e entender conceitos abstratos.
Dentro dela, diversas habilidades cognitivas específicas estão incluídas, como:
- Memória de trabalho;
- Flexibilidade cognitiva;
- Planejamento;
- Raciocínio;
- Resolução de problemas.
Por se tratar de um fenômeno complexo, que envolve diferentes componentes de nossa cognição, pesquisadores criaram um modelo que resume essa habilidade.
Sohlberg e Matter (1987) propõem o seguinte modelo, que divide as FEs em seis componentes:
- Iniciação e impulso de ação;
- Inibição (controlar respostas impulsivas e automáticas;
- Persistência na tarefa (manter-se numa tarefa até que ela seja completada);
- Organização (organizar as informações);
- Pensamento criativo (criar múltiplas possibilidades de resolução para um problema e pensar de forma flexível);
- Automonitoramento (ser capaz de observar e avaliar o próprio comportamento, e modifica-lo se necessário).
Se uma pessoa passa a ter dificuldades em qualquer componente das FEs, é possível que ela tenha problemas na vida como baixa produtividade, problemas acadêmicos e até mesmo dificuldades em relacionamentos.
Transtornos como Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (Lui e Tannock, 2007) e até mesmo depressão (Taylor Tavares et al., 2007) estão relacionados com prejuízos com as FEs.
Se você ou alguém que conhece tem tido dificuldades em alguma das funções aqui descritas, a avaliação neuropsicológica pode te ajudar a diagnosticar e identificar o problema e propor soluções de intervenção focadas na sua dificuldade, e assim melhorar sua qualidade de vida.
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Referências:
Cristofori, I., Cohen-Zimerman, S., & Grafman, J. (2019). Executive functions. Handbook of Clinical Neurology, 197–219. doi:10.1016/b978-0-12-804281-6.00011-2
Sohlberg MM, Mateer CA (1987). Effectiveness of an attentiontraining program. J Clin Exp Neuropsychol 9 (2): 117–130. https://doi.org/10.1080/01688638708405352
Lui M, Tannock R (2007). Working memory and inattentive behaviour in a community sample of children. Behav Brain Funct 3: 12. https://doi.org/10.1186/1744-9081-3-12.
Taylor Tavares JV, Clark L, Cannon DM et al. (2007). Distinct profiles of neurocognitive function in unmedicated unipolar depression and bipolar II depression. Biol Psychiatry 62 (8): 917–924. https://doi.org/10.1016/j. biopsych.2007.05.034