Exames laboratoriais e de neuroimagem em psiquiatria
Em psiquiatria, na prática clínica cotidiana, (ainda) não há exames definidores de diagnósticos. Ou seja, ainda não há exames que façam diagnósticos de condições como transtornos ansiosos, depressão ou esquizofrenia. Os transtornos ou síndromes psiquiátricos são classificados de acordo com os sinais e sintomas apresentados, variando muitas vezes quanto à sua presença e intensidade, sendo, portanto, fundamental a história clínica detalhada e o acompanhamento longitudinal.
Os exames, sejam de análises laboratoriais (sangue, urina, eventualmente líquor cefalorraquidiano) ou de imagem (radiografia, ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética) são necessários para descartar-se outras doenças clínicas (não-psiquiátricas) que possam agravar ou mesmo “simular” sintomas e síndromes psiquiátricas. Por exemplo, doenças tireoidianas causando quadros semelhantes à depressão e ansiedade/pânico, ou quadros infecciosos e uso de drogas causando quadros psicóticos.
Ainda são necessários na monitorização do tratamento a avaliação do funcionamento de órgãos como fígado, rins, coração e tireóide, assim como do metabolismo em geral. Certas medicações são dosadas diretamente em exames de sangue para avaliar-se o nível terapêutico e minimizar o risco potencial de intoxicações.
São exemplos de exames solicitados com alguma frequência na prática clínica psiquiátrica: hemograma completo, creatinina sanguínea, transaminases hepáticas, exames urinários, exames toxicológicos, dosagens hormonais, eletrocardiograma, eletroencefalograma, tomografia e ressonância magnética de crânio. Tais exames são solicitados de acordo com a possibilidade diagnóstica em questão ou o tipo de tratamento realizado.
As informações obtidas pelos exames são de enorme valor para a manutenção da saúde e no eventual acompanhamento de doenças clínicas já existentes como diabetes, dislipidemia ou hipertensão que podem interferir no tratamento psiquiátrico em curso. A finalidade desse acompanhamento é oferecer segurança e reduzir riscos à saúde. Não raro o paciente faz acompanhamento outros médicos de outras especialidades.
Referências:
Kaplan & Sadock – Compêndio de Psiquiatria – Ciência do Comportamento e Psiquiatria Clínica. Sadock, B; Sadock, V; Ruiz. 11ª edição. Artmed, 2017. Capítulo 5 – Exame e Diagnóstico do Paciente Psiquiátrico. Pp. 192-289.