Entrevista diagnóstica na psiquiatria
Na psiquiatria e em diversas outras áreas da saúde geralmente inicia-se o processo de diagnóstico com uma entrevista ao paciente, na qual se coletam de dados relacionados à queixa atual do paciente, seu histórico de saúde e de tratamentos, histórico familiar e atividades atuais.
A realização de exames, seja físico, seja do estado mental, coleta de amostras para análises laboratoriais ou exames de imagem é guiada pelas hipóteses levantadas neste primeiro procedimento.
Em saúde mental a entrevista psiquiátrica e o exame do estado mental são fundamentais porque fornecem informações preciosas numa área ainda pobre em exames diagnósticos específicos. Por meio de técnicas de entrevista e utilizando metodologia de raciocínio clínico o médico obtém informações sobre a queixa atual do paciente e formula hipóteses diagnósticas que guiarão a investigação complementar, os tratamentos e orientações futuras.
Estes dados auxiliam a identificar e compreender as várias causas e o contexto no qual se desenvolve alguma enfermidade. Por exemplo: conhecer histórico familiar e hábitos de vida do paciente ajuda a identificar os fatores de risco ao quais o paciente está exposto, como no caso de familiar próximo com determinada doença e no caso de abuso de substâncias; conhecer características de personalidade, fatores de ordem psicológica e atividades ou interesses pessoais podem ajudar a elencar fatores que podem favorecer tanto o adoecimento quanto a recuperação.
Nessa entrevista é possível, muitas vezes, conhecer o paciente, seus pensamentos, suas ideias, opiniões e o que sente. Isso ajuda a conhecer a pessoa que adoece. Nesse momento o profissional pode acolher dúvidas e angústias do paciente sobre sua condição e endereçar corretamente estes sentimentos.
A relação que surge entre profissional de saúde e paciente será muito relevante no desfecho do tratamento futuro, no que diz respeito a resultados em aderência ao tratamento optado, à recorrência da doença, à melhora de sintomas e funcionalidade do paciente. Toda a consulta é pautada pelo respeito entre as partes e limites legais e éticos, o que assegura a confiança, o sigilo e profissionalismo no uso das informações.
Referências:
Sadock, B; Sadock, V; Ruiz, P. Compêndio de Psiquiatria – Ciência do Comportamento e Psiquiatria Clínica. 11ª edição. Porto Alegre : Artmed, 2017. Capítulo 5 – Exame e Diagnóstico do Paciente Psiquiátrico. Pp. 192-289.
6 Comments
Juliana Ferreira
Texto sensacional!!
Lucia
Há não tô conseguindo me entender e mim enfrentar a depressão só se eu tiver acompanhada consigo me controlar Socorro o que é isso
Renato Mancini
Busque atendimento, Lucia. É a única forma de ter um diagnóstico e tratamento adequados. Um abraço!
Cris Soares
Excelente história!!!
Leolina P R N Oliveira
Texto maravilhoso. Precisamos de mais textos explicativos com este perfil. Parabéns Dr.Fábio.
Anete Mancini
Gostei muito!