Então, vamos malhar os músculos e proteger o cérebro?!

Os cuidados preventivos e os estudos relacionados às doenças do envelhecimento, além de significarem qualidade de vida e autonomia para a população da terceira idade, também são uma medida de saúde pública atual. Com base nas projeções do IBGE, o aumento da população idosa no Brasil quase duplicou nos últimos vinte anos. A expectativa é que, no ano de 2070, cerca de 37,8% dos habitantes do país sejam idosos. A porcentagem de pessoas com 60 anos ou mais,corresponderá a cerca de 37,8% dos habitantes no território nacional.
E o mais recente estudo realizado pela UNICAMP, publicado na revista GeroScience, apresentou boas notícias que poderão refletir na qualidade de vida e saúde para a população idosa. Uma nova esperança para o tratamento de doenças do envelhecimento. O estudo apontou resultados significativos para o tratamento de doenças associadas ao envelhecimento e a Doença de Alzheimer.
Os participantes foram voluntários com o diagnóstico de comprometimento cognitivo leve, que é considerado um estágio intermediário entre a cognição normal e o risco aumentado para o desenvolvimento de quadros demenciais, como, por exemplo, a Doença de Alzheimer (Brucki, 2015).
O estudo separou os voluntários em dois grupos: metade dos participantes iniciou um protocolo de musculação, duas vezes na semana, durante o período de seis meses. A outra metade da amostra (controle) não realizou o protocolo de exercícios. Os resultados indicaram que os participantes que seguiram o protocolo de musculação, apresentaram melhora de memória episódica e de áreas neuronais relacionadas à Doença de Alzheimer, quando comparado ao grupo-controle, que apresentou piora geral nos indicadores neuronais.
Os resultados foram ainda mais impressionantes para uma porcentagem dos participantes do protocolo de musculação, eles tiveram a reversão do diagnóstico de comprometimento cognitivo leve! Esses indicativos abrem uma margem de estudos e investigações que, no futuro, podem significar uma alternativa ou complemento de baixo custo aos tratamentos farmacológicos, como, por exemplo, a terapia anti-amilóide que ajuda a impedir a progressão da doença.
Referências Bibliográficas:
SANT’ANA, Natalia Jordy et al. Terapia antiamiloide: uma nova estratégia para tratamento da doença de Alzheimer. Revista da Sociedade Brasileira de Clínica Médica, v. 16, n. 2, p. 127-131, 2018.
DOS SANTOS, Flávia Heloísa; ANDRADE, Vivian Maria; BUENO, Orlando FA. Neuropsicologia hoje. Artmed Editora, 2015.