Distimia (ou Transtorno Depressivo Persistente)
A distimia, também conhecida como Transtorno Depressivo Persistente, é um quadro psiquiátrico enquadrado nos transtornos do humor.
Atualmente, entende-se esse quadro de humor depressivo como um fenômeno de longa duração e que não tem todos os critérios de gravidade de um transtorno depressivo maior.
Os sintomas
De acordo com o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V), o Transtorno Depressivo Persistente engloba depressão crônica e distimia.
É necessário o humor deprimido por mais de 2 anos em adultos ou 1 ano em crianças e adolescentes.
Observa-se que devido a longa duração muitas vezes o próprio paciente não reconhece tal característica em si próprio, sendo às vezes notado por outras pessoas.
O humor deprimido pode ser entendido com um sentimento persistente de tristeza e impossibilidade de experimentar alegria ou sentimentos positivos.
Podem estar presente algumas dessas características, somadas ao quadro depressivo.
1. Apetite diminuído ou aumentado, refletindo no nível de ingestão de alimentos.
2. Insônia ou hipersonia.
3. Baixa energia ou fadiga.
4. Baixa autoestima – inclusive sentimento inapropriado/excessivo de culpa.
5. Concentração pobre ou dificuldade em tomar decisões.
6. Sentimentos de desesperança. Que podem ser entendidos como pessimismo ou pensamentos negativistas.
Diagnóstico
O diagnóstico é clínico, exige avaliação médica para exclusão de fatores externos ou outras condições que podem causar a mesma sintomatologia: doenças clínicas, uso de medicações e uso de drogas por exemplo.
Tratamento
Acontece através de psicofarmacologia com antidepressivos de várias linhas, em monoterapia ou combinados, feito após avaliação médica e discutido com o paciente.
É possível a realização de psicoterapias interpessoais, a terapia cognitivo comportamental e terapias psicodinâmicas, por exemplo. É importante a prática de atividade física, sociabilização, exposição a luz solar, mudança de estilo de vida, relações interpessoais mais saudáveis, desenvolvimento de mecanismos de gerenciamento de estresse.
A importância do tratamento
Quando não tratado, pode-se evoluir para transtorno depressivo maior – um quadro com sintomatologia e morbidade maiores. Pode ocorrer inclusive necessidade de internação e risco de suicídio.
Pode acometer a crítica da pessoa acometida, e ela pode pensar que as características da doença são características dela própria, de sua personalidade. Sendo assim ela para de diferenciar.
A cronificação pode acentuar os sintomas e a morbidade do transtorno e piorar a resposta ao tratamento.
Tratar outros transtornos que podem se desenvolver em conjunto, como transtornos de personalidade.
Reabilitar e aumentar a funcionalidade do paciente.
Questões de classificação
É um termo que pode gerar confusão devido ao conflito entre as classificações novas e antigas e do DSM , o Manual Diagnóstico e Estatístico, do American Psychiatric Association.
Anteriormente foi descrito como um tipo de personalidade, devido a cronicidade, início precoce e manutenção de certas características. Porém posteriormente foram observadas características que guardam semelhanças biológicas com os transtornos depressivos.
A motivação da troca da terminologia para “Transtorno Depressivo Persistente” é a incorporação dos termos “transtorno depressivo crônico” e “distimia”.
É importante citar que na CID-10 Classificação Internacional de Doenças – 10ª versão, classificação feita pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a distimia está entre os transtornos de humor crônicos – o que nos remete novamente ao fator mais importante que é o humor depressivo de longa duração.
Referências:
-Compêndio de Clínica Psiquiátrica. Forlenza, O. Miguel, E. Ed. Manole 2013. Capítulo18 – Transtorno depressivo ao Longo da Vida pp. 296-314.
-Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – 5ª edição. – DSM-5. American Psychiatric Association. Ed Artmed 2014. Transtornos Depressivos Ansiosos pp. 155-188
-Classificação Internacional de Doenças – 10ª versão – CID-10. Capítuo V – Transtornos mentais e comportamentais (F00-F99). Transtornos de humor (afetivos) (F30-F39).