Convivência e Coronavírus
Diante da pandemia de coronavírus, uma das medidas estratégicas sendo utilizadas é o isolamento social. Nesse contexto, familiares terão que conviver ininterruptamente imersos em uma atmosfera de incertezas e medos. Desse modo, pode ser muitas vezes desafiador manter uma conversa amena e respeitosa, evitando discussões e brigas desnecessárias.
Entretanto, é nesse momento crucial que precisaremos trabalhar ao máximo nossa empatia e criar estratégias para uma comunicação mais eficiente e assertiva. Um dos preceitos básicos de Marshall Rosenberg, pesquisador da comunicação não-violenta, é que por trás de todo comportamento existe uma necessidade. Desse modo, será importante olharmos além do comportamento dos nossos conviveres, principalmente aqueles que nos incomodam, e tentar compreender qual a necessidade que se encontra em sua base. E seguindo a mesma linha, precisaremos entender quais são as nossas necessidades.
Primeiro ponto fundamental é se observar e observar ao próximo. Procure compreender o que você está sentindo (raiva, medo, frustração, preocupação) e qual a necessidade que você possui (maior cooperação, maior atenção às suas palavras). Tente diferenciar seu sentimento do julgamento que acontece, por exemplo, “eu estou chateado porque gostaria de conversar mais com você” (sentimento e necessidade) é diferente de “você está me ignorando” (julgamento). Da mesma forma, “eu estou frustrado porque gostaria de poder dividir as tarefas da casa” (sentimento e necessidade) é diferente de “você não faz nada nessa casa” (julgamento).
Tendo isso em vista, busque formular um pedido claro do que você gostaria, pois o outro não conseguirá adivinhar o que queremos, ele apenas fará suposições. É claro que tal forma de comunicação demanda mais coragem, pois precisaremos nos expor mais (o que estamos sentindo, o que estamos querendo), porém essa será a base para a construção de vínculos mais saudáveis.