Consumo de Cigarros no contexto da Pandemia
Embora o Brasil tenha apresentado medidas de redução do tabagismo nos últimos anos, ainda assim, este é a principal causa evitável de doença e morte no país. Além disso, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabaco apresenta maior número de mortes que a soma de óbitos por outras drogas (cocaína, heroína, álcool) suicídio, acidentes de trânsito e AIDS. Nos últimos dez anos, por volta de 100 milhões de pessoas foram a óbito por consequência do consumo de cigarros.
Com a pandemia de COVID-19, os riscos em relação ao tabagismo aumentaram, uma vez que o consumo de cigarros é um dos principais fatores de risco tanto para contrair o vírus, por conta da diminuição da imunidade, quanto para a piora do quadro do paciente. Além disso, os fumantes também podem correr riscos de contrair o vírus mais facilmente, uma vez que, ao fumar, a pessoa tem mais contato de sua mão (que pode não estar higienizada) com a boca.
Apesar de ser um fator de risco para a COVID-19, ainda assim, houve aumento no consumo de cigarros neste período de pandemia. Isso ocorreu pois, com mais tempo livre em casa e com restrição de atividades de lazer, além do fácil acesso ao cigarro, os gatilhos que levam as pessoas a fumarem ficaram mais presentes. O tédio por conta de muito tempo ocioso e o estresse e ansiedade desencadeados pelo cenário atual são alguns dos gatilhos emocionais que os fumantes estão precisando enfrentar. De fato, segundo resultados da pesquisa realizada na Fundação Oswaldo Cruz, 34,3% dos fumantes entrevistados relataram que aumentaram a quantidade de cigarros fumados em um dia.
Considerando os riscos que o cigarro traz tanto para contrair a COVID-19 quanto qualquer doença crônica decorrente do tabagismo, o tratamento para parar de fumar cigarro pode ser de grande importância. Os benefícios da interrupção do tabagismo são aparentes desde o primeiro dia, quando a pressão arterial e a frequência cardíaca tendem a se normalizarem e, com o passar do tempo, outros benefícios surgem. Como por exemplo, melhora na circulação sanguínea, aumento da capacidade pulmonar, aumento da capacidade física e da enérgica corporal.
Ainda que algumas pessoas tenham aumentado o consumo de cigarros durante a pandemia, há também um número de pessoas que tem diminuído este hábito. Segundo pesquisa da Fiocruz, cerca de 12,2% dos brasileiros tem buscado diminuir a frequência no consumo do cigarro. Todavia, parar de fumar não é uma tarefa fácil, uma vez que, ao interromper este hábito, muitas pessoas podem ter aumento de sua ansiedade, dor de cabeça, irritabilidade e falta de concentração. Sendo assim, algumas medidas importantes podem ser tomadas para enfrentar este desafio de cessar o consumo do tabaco:
- Buscar controlar o nível de estresse: considerando que um dos motivos que levam a pessoa a fumar é diminuir a ansiedade ou estresse, fazer outras atividades que busquem justamente auxiliar no humor pode ser importante para atingir o mesmo objetivo e se desviar do comportamento de fumar. Dois exemplos para isso é a atividade física, que aumenta a produção de serotonina (e causa sensação de prazer), e técnicas de relaxamento.
- Usar de outras “válvulas de escape”: muitas pessoas usam o momento de pausas de uma situação estressante para fumar. Usar destes momentos para, em vez de fumar, assistir algum vídeo, mandar mensagem para alguém ou beber água pode ser uma medida válida.
- Ver a diminuição no consumo de cigarros como uma economia: Ao notar o quanto foi possível economizar na semana em que fumou menos, isto pode servir de recompensa e ser uma motivação para continuar a redução do número de cigarros.
Apesar dessas sugestões, ainda assim parar de fumar pode ser muito difícil. Portanto, buscar por auxílio profissional pode ser de grande importância para que você tenha mais suporte para conseguir atingir esta meta.
Se precisa de ajuda ou está com dúvidas, não deixe de se consultar com profissionais que podem te ajudar.