Como você lida com seu tratamento?
Quando recebemos algum diagnóstico é comum nos sentirmos impactados. Acompanhado
dele certamente virá um tratamento que requer das pessoas, enquanto pacientes, atitudes
que visam uma melhora na qualidade de vida ou até mesmo a cura.
Diante desta situação, dentre as várias possibilidades, duas surgem como as mais habituais no
contexto de tratamento, mas que em medidas extremas não trazem benefícios.
A primeira diz respeito a atitude de submissão total, quando o paciente acredita que seu
quadro e tratamento é de responsabilidade exclusiva do médico. Com esta crença tende a não
querer saber de sua condição nem de seu diagnóstico, ficando alheio sobre o próprio cuidado.
Passa a não ter atitudes que possam ajudar a si mesmo, pois, pensa, ainda que como defesa,
que este problema não é seu. Deste modo, espera sempre que o profissional de saúde diga o
que ele deve fazer, não tira suas dúvidas, não faz planejamentos, não procura conhecer ou agir
a fim de alcançar uma qualidade de vida melhor. Em muitos casos o que há por detrás desta
atitude é um medo de encarar a própria realidade e de lidar com sua situação, encontrando a
negação a forma de aplacar sua angústia.
A outra atitude comum é o oposto, quando o paciente quer ter total controle sobre sua
condição e situação. Nestes casos a pessoa já pesquisou tudo a respeito de seu quadro na
internet e “acredita” saber até mais que o médico. Questiona tudo que lhe é sugerido, pensa
ter a opinião correta desde o tratamento que deve seguir até o resultado final. De modo geral
não permite ser cuidada e tem dificuldade de não estar no controle da situação, de se
perceber vulnerável. É também uma forma de se defender e tentar diminuir sua angústia, mas
faz isso de modo ansioso e inflexível, não contribuindo assim para seu tratamento.
Os dois modos mencionados são formas de lidar com a angústia que um diagnóstico pode
trazer. Sabemos que não é fácil enfrentar uma doença ou condição, pois ela traz uma série de
fantasias, medos e estigmas que afetam diretamente nosso projeto de vida. Porém, o
tratamento para ser eficaz necessita de parceira, ou seja, esforço e comprometimento de
ambos os lados.
É necessário se permitir ser cuidado, seguir orientações médicas, saber sobre a própria saúde e
as implicações dela, bem como ter atitudes que dependem de nós. Se apropriar de sua
condição e ter um bom auxílio da ciência é o caminho mais promissor.
Lembre-se que quando duas pessoas remam juntas em um barco na mesma direção, com o
mesmo propósito, o objetivo fica mais fácil de ser alcançado.