COMO VALORIZAR AS AÇÕES DO PRÓXIMO?
Na nossa última conversa falamos sobre invalidação emocional e como ela pode trazer prejuízos na saúde mental das pessoas em geral, mas também no impacto negativo que pode ter no desenvolvimento de crianças e adolescentes. Hoje falaremos sobre a validação emocional e como colocá-la em prática.
A validação emocional é quando compreendemos os pensamentos, sentimentos e ações do outro e comunicamos isso para a pessoa em questão, de maneira que fique claro que o que aquela pessoa sente é importante para nós, mas sem necessariamente concordarmos ou aprovarmos todos os comportamentos dela.
Difícil né?! Muitas vezes é mais fácil entender o que é a validação emocional pensando no que ela não representa, como por exemplo, minimizar ou ignorar sentimentos dos outros, ou ainda tratar como se os pensamentos, sentimentos e emoções do outro fossem ‘errados’. Existem alguns passos para a validação emocional, que podem ser usados em qualquer relação (amigos, colegas de trabalho, familiares), mas focarei na relação dos pais com as crianças e adolescentes. São eles:
1. Estar presente e atento: é importante que os pais estejam atentos aos que seus filhos estão relatando ou mostrando e ao momento que estão vivendo, evitando posturas de crítica e julgamento, dessa forma será mais fácil se aproximar do que a criança ou adolescente sente. São exemplos dessas situações: medos diversos, como medo do escuro, de animais, relacionados a desempenho escolar ou interação social; ansiedade diante situações novas como passeios escolares e aniversários; raiva diante frustrações.
2. Refletir: é você parafrasear ou resumir as falas dessas crianças e adolescentes para eles, mostrando que está atento e entendendo o que está ouvindo. É necessário você identificar e nomear as emoções que eles estão sentindo, pois muitas vezes eles não conseguem identificá-las. Ex: uma criança que age com agressividade ou apresentando um choro pode estar sentindo-se triste, ou com raiva, ou frustrada.
3. Entender o comportamento da pessoa no contexto da sua história: é importante perceber o comportamento do outro de acordo com seu contexto de vida (ex: desafios de cada faixa etária e ambientes que frequenta – escola, trabalho) e de suas vivências anteriores (ex: após uma experiência negativa com um cachorro passar a evitá-los, ou ainda, após uma situação estressante de falar em sala de aula ter sintomas ansiosos antes de apresentações).
4. Aceitar e normalizar as emoções e sentimento da criança e do adolescente: muitas vezes é reconfortante para o outro saber que o que ele sente e pensa é normal e esperado para determinadas situações (ex: “eu entendo que você está medo, é normal ficarmos ansiosos antes de prova”). Aqui é preciso alguns cuidados, o primeiro é diferenciar o aceitar o que o outro sente de concordar com alguns comportamentos pouco adaptativos (ex: esquiva de tarefas importantes, auto ou heteroagressividade); o segundo é não minimizar os sentimentos do outro ao indicar que aquilo é algo esperado ou normal para a situação.
É importante ressaltar que tanto para adultos quanto para crianças e adolescentes, a validação emocional é uma ferramenta essencial para desenvolver a percepção de suas próprias emoções, autoestima, capacidade de resolução de problemas e motivação para mudar comportamentos considerados pouco adaptativos.