Como superar a quarentena em casal?
A pandemia do COVID-19 nos forçou a mudar muito nossos hábitos. A quarentena está sendo uma experiência que está nos pondo à prova em muitos quesitos: divisão do nosso tempo, financeiros, de saúde mental, e, não podemos esquecer, em termos de relacionamentos.
Sabe-se que nas regiões da China em que houve isolamento social mais intenso, o número de divórcios aumentou muito. O aumento da permanência das pessoas em suas casas pode ter influência sobre o casal ― e sobre a família ―, e pode aproximar ou distanciar as pessoas que moram juntas, a depender do que fazemos com esse tempo. Eis algumas dicas que poderiam ajudar nesse período difícil:
– Relembrar o propósito: mantenha sempre em mente que a quarentena tem começo e fim, e que o objetivo é manter as pessoas seguras. O medo de pegar a doença é uma emoção que pode nos deixar mais desconfiados e em alerta, mas devemos racionalizar e lembrar que os infectados são uma minoria e que, entre os doentes, a imensa maioria consegue se curar.
– Educação e respeito: a recomendação essencial para evitar atritos é ser extremamente educado com as pessoas com quem estamos ficando. A recomendação para casais é ainda mais importante. Por causa do aumento de tempo juntos, os problemas escondidos podem voltar à tona e trazer conflitos. Manter o respeito e a educação são o essencial para poderem tolerar e sair dessa.
– Rotina: sempre importante reforçar a importância de manter certo ritmo no nosso dia-a-dia, para dar sentido aos dias e evitar a sensação de perda de tempo, além de aumentar a sensação de segurança interna. Busquem ter atividades juntos, como organizar fotografia, conversar sobre algo que gostem, assistir a uma série.
– Momentos de isolamento: ao mesmo tempo, por mais que a convivência esteja indo bem, é necessário fazer coisas separadamente. Se o tamanho da casa permitir, fique um pouco sozinho cuidando das suas coisas: lendo, ouvindo música, vendo outra série. Caso o tamanho da casa não permita, marquem momentos de silêncio. Por mais que não estejamos acostumados, é importante se dar um tempo como fazíamos no trabalho, nos momentos em que estavam cada um fazendo suas coisas e sem interagir entre colegas.
– Auto-observação: frente a esse cenário de insegurança e incerteza, temos tendência a buscar e exigir do outro a iniciativa de acalmar o que sentimos. Porém o outro também está com suas questões de medo. Em outras palavras, o bem-estar e a tranquilidade são coisas que devemos buscar em nós mesmos e não no outro. É importante dedicar tempo para refletir sozinho, olhar para dentro e identificar as próprias emoções. Assim será mais fácil compartilhar as frustrações de modo mais direto, e melhorar a comunicação e a reação.
– Pensar que estão do mesmo lado: a quarentena faz com que todos estejam com a tensão à flor da pele, e muitas das cobranças e exigências do dia-a-dia que parecem superficiais passam a se multiplicar, criando uma bola de neve. Relembre que o outro também pode estar se sentindo como você e tente perguntar com mais clareza o que está por trás. Compartilhar verbalmente com a pessoa como estamos e perceber que compartilham das mesmas angústias pode dar um grande alívio. Busque ter um espaço mental para ouvir o outro.
– Interagindo com outras pessoas: por mais que vocês estejam fisicamente no mesmo lugar, aproveitemos nossa tecnologia para conversar com outras pessoas. Amigos, familiares. Você pode fazer isso no seu momento de pausa do parceiro ou podem até marcar jantares com amigos à distância.
Mesmo que estejamos confinados em um mesmo espaço físico, as opções para passar o tempo são infinitas enquanto tivermos a capacidade de sermos criativos. É importante ter momentos juntos como reservar momentos para si, sempre buscando sermos empáticos. Com o tempo, a nova rotina se instala e fica mais comum essa nova forma de convivência.