Como a terapia com animais pode ajudar a sua mente
A terapia assistida por animais é o uso de animais num plano de tratamento, a fim de realizar alguma meta que seja considerada mais difícil sem o uso dos animais. É usada no suporte à realização de atividade física (permitindo que pacientes passeiem com cachorros, por exemplo), ao contato amigável com o outro ou à redução de ansiedade ou estresse.
O uso de intervenções de saúde assistidas por animais começou a ser metodicamente estudada em meados de 1950, embora existam anedotas de seu uso desde o século XVIII. O primeiro relato vem do Retiro de York, uma instituição psiquiátrica inglesa fundada em 1796 pelo grupo religioso cristão “Quakers”. O Retiro de York fazia uso de um tratamento mental moral (o Tratamento Moral foi um termo popularizado pelo psiquiatra francês Philippe Pinel, com texto próprio neste blog). Haviam atividades como jardinagem, prática de exercícios físicos, e havia a presença de coelhos e pássaros na comunidade.
Nise da Silveira, psiquiatra brasileira, inseriu cães e gatos em seu serviço no Rio de Janeiro já década de 1950, considerando que a presença deles tinha bons efeitos no tratamento dos pacientes psicóticos – chamava-os de “co-terapeutas”. Boris Levinson, psiquiatra americano, notou que a presença de animais na psiquiatria infantil facilitava o processo de tratamento dos pacientes. Em 1980, estudos sobre intervenções com animais, por profissionais de enfermagem, mostravam impactos positivos no estado mental dos pacientes, evidenciado até pelos níveis pressóricos menores naqueles que tinham contato com os animais.
A partir de 1990, houve uma explosão nas pesquisas e informações sobre este tipo de terapia, incluindo animais como cachorros, gatos, pássaros, coelhos, furões, vacas e até golfinhos. A terapia assistida por animais tem sido usada com enfoque, mas não limitado a, pacientes com transtornos psiquiátricos de todas as idades. Uma revisão da literatura por Kamioka (2014) concluiu que os efeitos diretos da terapia assistida por animais poderiam ser considerados como “melhora na saúde mental, eliminação da sensação de isolamento, e melhora na qualidade de vida”.
Qual a diferença entre ter o animal de estimação e terapia assistida por animais?
Os estudos científicos a respeito dos animais de estimação criados em casa, e sua influência sobre a saúde mental, apontam, embora não conclusivamente, possíveis benefícios. Existem muitos estudos conflitantes, além da dificuldade metodológica — pessoas que decidem ter animais provavelmente tem uma vida diferente (independente da presença de animais) do que aqueles que decidem não ter animais. As atuais evidências sugerem, no entanto, que animais podem atuar como fatores protetores contra estresse, principalmente nas populações de idosos e crianças (Barker et al, 2008).
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Bibliografia:
Kamioka, H., Okada, S., Tsutani, K., Park, H., Okuizumi, H., Handa, S., … Mutoh, Y. (2014). Effectiveness of animal-assisted therapy: A systematic review of randomized controlled trials. Complementary Therapies in Medicine, 22(2), 371–390. doi:10.1016/j.ctim.2013.12.016
Barker, S. B., & Wolen, A. R. (2008). The Benefits of Human–Companion Animal Interaction: A Review. Journal of Veterinary Medical Education, 35(4), 487–495. doi:10.3138/jvme.35.4.487