Bulimia Nervosa
Continuando o tema de transtornos alimentares, nessa semana abordaremos a Bulimia Nervosa. Assim como na Anorexia, na Bulimia a maioria das pacientes é mulher, e o transtorno ocorre em adolescentes e adultos jovens, com pico aos 20 anos.
O termo Bulimia vem do grego e significa “fome o suficiente para devorar um boi”. Disso depreende-se uma característica importante desse transtorno: as compulsões. As compulsões são episódios em que há uma ingestão de grande quantidade de comida, muitas vezes caótica, com diversos tipos de alimentos, podendo haver até alimentos crus ou estragados. Essa ingestão se dá em um curto período de tempo e há sensação de perda de controle nesses episódios.
Após as compulsões, a paciente muitas vezes sente-se culpada e angustiada e provoca comportamentos compensatórios, como vômitos, uso de laxantes, diuréticos, exercícios físicos rigorosos ou dietas restritivas. Um ponto importante é que grande parte das vezes o que inicia o ciclo é uma dieta muito restritiva, que predispõe a episódios de compulsão, que por sua vez têm como consequência os comportamentos compensatórios.
Portanto, tome cuidado com dietas muito restritivas e jejuns prolongados, pois se você já tiver alguma susceptibilidade para o transtorno alimentar, pode ser que a dieta seja o gatilho de todo ciclo.
Por fim, da mesma maneira que ocorre na Anorexia, o quadro da Bulimia é motivado por uma insatisfação que as pacientes sentem com seu próprio corpo, que muitas vezes está relacionada a uma baixa auto-estima. Uma das diferenças entre os transtornos é que as pacientes com Bulimia não têm baixo peso, ao contrário da Anorexia, em que um baixo peso ou perda ponderal importante em curto período faz parte dos critérios diagnósticos.
Bibliografia
American Psychiatry Association. Diagnostic and Statistical Manual of Mental disorders – DSM-5. 5th.ed. Washington: American Psychiatric Association, 2013.