Autismo – Parte 2
O tratamento da criança autista é feito juntamente com a colaboração dos pais.
O psicanalista vai intermediar a relação dos pais com o filho, reconhecendo suas possibilidades e limitações, automatismos, aberturas ao outro, além de descobrir seus interesses por meio do brincar.
“Para que haja o reconhecimento da criança como sujeito, o analista tentará trazê-la para a realidade, retirando-a do seu mundo particular, fazendo com que ela faça parte, interaja e reconheça os outros.
O objetivo do analista é fazer com que esta criança possa vir a ser alguém, ser sujeito com individualidade, com subjetividade. Retirá-la, portanto, da posição em que era tomada e sufocada, pelo desejo do outro e, com isso, possibilitar o surgimento de seus próprios desejos, suas próprias angústias para que possa vir a interagir com o mundo cheio de enigmas para serem descobertos” (Doria, 2006).
Deste modo, a linguagem é introduzida na vida da criança que passa a compreender os conceitos de presença-ausência, dentro-fora, aqui-lá. Assim, ela se torna capaz de se representar mesmo diante da ruptura da continuidade, não precisando se fixar num continnum de estereotipias (Jerusalinsky, 2013).
Muitas vezes os pais apresentam certa resistência pela dificuldade em mudar a relação que estabelecem com o filho, comprometendo assim o tratamento. Este é mais um motivo para implicar estes pais no processo terapêutico.
O analista pode atuar em diferentes contextos, do consultório particular aos centros de atendimento da rede pública, destacando-se os CAPSi (Centros de Atendimento Psicossocial Infantil). Estes contam com o atendimento de profissionais de diferentes áreas, oferecendo assim um olhar multidisciplinar.