Antidepressivos e desempenho sexual
É comum se questionar sobre o possível efeito dos antidepressivos no desempenho sexual. Qual a relação e o que pode ser feito?
Bem, os antidepressivos são medicamentos usados no tratamento dos sintomas depressivos, bem como para outras situações, tais como ansiedade, transtorno obsessivo-compulsivo, dentre outros. A ação deles é essencialmente no cérebro, ajudando a equilibrar e modular o funcionamento do sistema nervoso central.
Um efeito colateral que pode ocorrer com o uso de tal medicação é a redução do desejo sexual, dificuldade em atingir o orgasmo, disfunção erétil, dentre outras.
A causa não é totalmente compreendida e pode envolver a alteração em certos níveis de neurotransmissores! Entretanto…. nem sempre a medicação é a causa disso!
Antes que se acuse o antidepressivo de ser o agente causador, é preciso que seja feita uma avaliação médica adequada. Alguns quadros psiquiátricos podem, por si só, levarem a alteração no desempenho sexual. Além disso, condições clínicas gerais podem estar influenciando nisso.
Portanto, frente a qualquer queixa relacionada à função sexual, não tenha vergonha e discuta abertamente com seu médico. Com isso, pode-se ajudar a entender melhor o que está acontecendo e encontrar a melhor solução para você.
Quando a causa é atribuída realmente à medicação, existem diferentes estratégias que podem ser tentadas. Dentre elas, inclui-se ajuste de dose da medicação, troca por outro antidepressivo com menor potencial de interferir no desempenho sexual, associar medicações que estão associadas a melhoras nesses sintomas. Adicionalmente, terapias complementares e psicoterapia são estratégias relevantes neste processo!
É importante lembrar que os sintomas, a resposta ao tratamento e os efeitos colaterais são individuais, variando de pessoa para pessoa. É importante manter uma boa comunicação com seu médico e buscar as melhores alternativas para você.
Entender o comportamento humano e contribuir com o seu cuidado são interesses que desenvolvi ao longo de toda minha formação e logo vi na Psiquiatria uma possibilidade de seguir atuando neste sentido.
Concluí minha formação em Medicina pela Escola Paulista de Medicina (EPM) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e logo em seguida ingressei na Residência de Psiquiatria pela mesma instituição. Além disso, atuo em atividades de extensão, como preceptor da Liga de Psiquiatria Clínica dos alunos de Medicina, e em atividades de pesquisa, com foco em transtornos mentais graves e intervenção precoce. Possuo artigos e capítulos de livros publicados na área de saúde mental, em revistas nacionais e internacionais.
Minha formação psicoterápica se dá na linha da Terapia Interpessoal (TIP), com foco em relações interpessoais atuais e suas possíveis correlações com o surgimento e/ou manutenção de sintomas clínicos, bem como com a melhora destes. O objetivo é melhorar o contexto interpessoal atual do indivíduo atuando na resolução de conflitos nas relações e ampliar o suporte social, visando a melhora dos sintomas.
Artigos recentes
Mancini Psiquiatria
