Ansiedade: uma visão comportamental
Termo presente no cotidiano das pessoas, “ansiedade” é uma palavra usada para descrever diferentes situações e sentimentos.
Contudo, por ser empregada de diversas formas, em alguns momentos pode ser pouco esclarecedora sobre o que a pessoa de fato está sentindo. A ansiedade, por vezes, é usada para falar sobre uma sensação associada à espera de um item que se quer muito; em outros momentos é utilizada para descrever sensações desagradáveis, que geralmente são alvo de queixas.
De acordo com Gentil (1997) a ansiedade pode ser definida como um estado desagradável que é seguido por um desconforto corporal, geralmente associado com o medo. Frequentemente possui relação com um evento futuro que pode ser entendido como ameaçador, mesmo que em alguns momentos pode ser percebido como desproporcional à ameaça real.
As sensações podem ser descritas pelas pessoas de formas variadas, como: “frio na barriga”, “coração apertado”, “nó na garganta”, “mão suadas” ou “sensação paralisante”. Pode ocorrer também prejuízo nas atividades diárias e na capacidade de concentração.
Em alguns momentos, a intensificação dessas respostas ansiosas pode fazer com que haja prejuízo educacional, no trabalho, ou até mesmo nas relações interpessoais. É neste caso que a ansiedade deixa de ser uma resposta saudável e natural e passa a atrapalhar o dia a dia do indivíduo. Em alguns casos pode se enquadrar nos chamados “transtornos de ansiedade”, como por exemplo: transtorno de ansiedade generalizada, transtorno do pânico, fobias, mutismo seletivo etc., sendo passível de tratamento.
Conforme pontuado por Zamignani e Banaco (2005), apesar dos diferentes transtornos de ansiedade terem aspectos específicos, todos eles têm uma característica comportamental em comum: o comportamento de esquiva fóbica, que significa que na presença de um evento ameaçador ou desconfortável, a pessoa se comporta de forma a evitar ou adiar esse evento.
Quando a pessoa faz uma coisa e tem como consequência a evitação ou adiamento de algo que a ameaça ou a incomoda, a chance de ela repetir aquele comportamento é aumentada. Ou seja, o comportamento ansioso em geral, independente do tipo de coisa que a pessoa evita (podendo ser algo externo ou interno), ou qual estratégia ela utiliza, estaria funcionando como forma de retirar ou adiar o contato com o evento em questão.
Apesar de ter um porquê, isso não significa que a pessoa precisa se comportar da mesma forma para sempre, especialmente quando há prejuízo ou sofrimento excessivo. Da mesma maneira que a pessoa aprendeu a se comportar de um jeito, pode desenvolver um outro jeito, diferente e mais funcional. Existem intervenções eficazes para diminuir esse sofrimento, conte com a ajuda de um psicoterapeuta ou médico psiquiatra.
Bibliografia
Gentil, V. (1997). Ansiedade e Transtornos Ansiosos. In: Valentim Gentil, Francisco Lotufo-Neto e Márcio Antonini Bernik (org.): Pânico, Fobias e Obsessões. São Paulo: Edusp.
Zamignani, D. R &Banaco, R. A. (2005). Um Panorama Analítico-Comportamental sobre os Transtornos de Ansiedade. Revista Brasileira e Terapia Comportamental e Cognitiva, 7, 077-09
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Anete Mancini
Obrigada