Anorexia nervosa
Anorexia nervosa é o transtorno alimentar importante, muitas vezes negligenciado e que gera grande sofrimento ao paciente e também aos familiares. Usualmente os pacientes chegam trazidas pelos pais, maioria são mulheres, adolescentes, sem crítica a respeito do próprio quadro.
A sociedade atual, carregada de estímulos e informações via mídias sociais, fica mais sujeita a exposições que causam comparações com outro corpo visto como ideal. Isso, muitas vezes leva a comportamentos erráticos com a comida e atividades físicas com intuito de atingir tal corpo ideal.
Indivíduo começa a se alimentar longe da família, apenas corta e espalha comida, realiza atividades físicas excessivas, uso de laxantes (justificaria por constipação que de fato existe pois a pessoa não come), estocar comida, usar roupas largas e evitar contato social, medo de comer, pensam bastante em comida mas com medo, cálculos sobre caloria, alimentos “proibidos” surgem.
Pacientes cozinham para o outro mas elas mesmas não comem. Desenvolvem interesse marcado por alimentos saudáveis e determinados tipos de dieta.
Precisamos estar sempre atentos aos sinais para conseguir pedir ajuda e proporcionar o cuidado necessário visando diminuir o sofrimento dos pacientes e familiares.
O tratamento passa por abordagem multidisciplinar, visa renutrir o paciente, corrigir complicações clínicas advindas da perda de peso, diminuir ansiedade e angústia associadas ao ato alimentar, terapia para ressignificação cognitiva, reaprendizado corporal são ferramentas importantes na terapêutica.
Ao longo de minha graduação como médico, pela Faculdade de Medicina da USP Ribeirão Preto, busquei me debruçar sobre o máximo de assuntos possíveis dentro da medicina, não me restringindo a uma especialidade apenas. Por meio do contato com diferentes perspectivas médicas, pude perceber que todos, de uma forma ou de outra, mesmo nos diferentes escopos, precisavam lidar com o ser humano e seu comportamento. Essa pluralidade de abordagens e visões me fez buscar conhecimento que me permitisse integrar tudo aquilo que era estudado a respeito do homem. A psiquiatria, portanto, se mostrou o caminho. Encerrada a minha formação, cursei minha residência médica em Psiquiatria pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IPq-HCFMUSP). Tive contato com diferentes transtornos psiquiátricos, tanto em ambulatórios quanto em enfermarias de internação. Também tive a oportunidade de participar de grupos de supervisão psicoterapêutica e me dediquei ao conhecimento de técnicas cognitivas-comportamentais e de análise de comportamento. Participei de pesquisas clínicas, com uso de neuromodulação, voltadas a casos graves, o que foi bastante enriquecedor para minha abordagem clínica. Atualmente, pratico assistência médica psiquiátrica especializada aos pacientes da Mancini Psiquiatria e Psicologia. Mantenho vínculo como pesquisador e colaborador do IPq-HCFMUSP, onde iniciei meu doutorado, voltado a transtornos depressivos graves, pelo programa de pós-graduação do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP.”
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