Alzheimer e outras demências: quando procurar um profissional?
Após os 60 anos de idade, sobe consideravelmente a chance de diagnósticos de quadros demenciais, como Doença de Alzheimer, Demência Fronto-Temporal, Demência por Doença de Parkinson ou Demência por Corpos de Lewy.
O termo DEMÊNCIA deriva do latim e significa falta ou diminuição da mente; isto é, um quadro degenerativo progressivo que compromete as funções cognitivas, principalmente a memória, e leva a prejuízo das habilidades sócio-ocupacionais do indivíduo.
O diagnóstico diferencial é feito após descartadas doenças reversíveis orgânicas de diferentes etiologias (causas), que possam estar relacionadas aos déficits apresentados, apesar de que só há comprovação por meio de exames post-mortem.
Com frequência, ao observarem déficits cognitivos, os familiares do idoso buscam ajuda médica na intenção de compreender falhas, diagnosticá-las e tratá-las.
O médico especialista (Neurologista, Psiquiatra ou Psicogeriatra) encaminha o paciente ao Neuropsicólogo, profissional indicado para a realização da avaliação neuropsicológica.
Além da memória, é necessário que uma ou mais funções cognitivas estejam comprometidas para a conclusão do diagnóstico. No entanto, outros sinais e sintomas costumam vir acompanhados, como comportamento de acumulação, depressão, agressividade, afasia (tipo de alteração de linguagem) e hiperssexualização, culminando na perda total da autonomia do indivíduo.
Durante este processo de declínio cognitivo, a família passa por grande sofrimento por testemunhar a mudança de personalidade do ente querido. É muito comum os parentes referirem “não o (a) reconheço mais, é outra pessoa”. O processo de envelhecimento no geral já é muito difícil, pois vem carregado de uma série de perdas e limitações e isto só se agrava com a doença.
A demência mais frequente é causada pela Doença de Alzheimer e, em 2006, já estava presente em 26,6 milhões de pessoas no mundo. Estima-se que em 2050, uma em cada 85 pessoas no mundo tenha o mesmo diagnóstico.
A doença afeta 1% dos idosos entre os 65 e 70 anos, mas a prevalência aumenta exponencialmente com a idade, sendo de 6% aos 70 anos, 30% aos 80 anos e mais de 60% depois dos 90 anos.
O segundo tipo de demência mais frequente no Brasil é causado por doenças vasculares e, por isso, recebe o nome de Demência Vascular. Acomete cerca de 30% dos idosos com mais de 85 anos, sendo mais comum em homens. Geralmente é resultado de grandes lesões causadas, por exemplo, por Acidentes Vasculares Cerebrais (AVCs).
Outra demência bastante recorrente, a Fronto-Temporal (DFT), abrange de 5% a 10% dos casos de síndromes demenciais, com prevalência maior no sexo feminino. Diferente das demais, a DFT chama maior atenção por alterações comportamentais, ainda que o déficit e memória esteja presente. A região fronto-temporal do cérebro é responsável pelo controle dos impulsos e funções executivas. Na DFT, tais funções ficam comprometidas e o paciente fica “frontalizado”.
Independentemente do tipo de quadro demencial, o diagnóstico precoce dá ao paciente a possibilidade de retardar sua evolução por meio do tratamento medicamentoso, além de poder adotar estratégias de compensação para os déficits e estimulação. Portanto, ao notar algumas das alterações acima mencionadas, busque um profissional!