Agosto lilás: quais as consequências psicológicas da violência contra a mulher?
Estamos em 2022 e ainda assim a violência contra a mulher é um tema recorrente nos noticiários de nosso país. Infelizmente, basta acessar algum veículo de informação para se ter ideia da frequência deste tema. Devido a este contexto, o Senado aprovou uma lei que institui o Agosto Lilás, campanha que visa à conscientização pelo fim da violência contra a mulher.
De acordo com a lei nº. 11.340/2006 a violência doméstica pode ter como formas a violência física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. Cada qual possui suas características, porém todas trazem sofrimento ao indivíduo. Aqui, focaremos na violência psicológica que engloba dentre outros aspectos ameaças, chantagem, humilhações, crítica pelo desempenho sexual, cobranças de comportamento como restrições da pessoa sair de casa, promovendo o isolamento social.
Embora seja muito frequente a violência psicológica nem sempre é fácil de ser identificada. Por vezes as vítimas sofrem caladas, seja por medo de alguma retaliação, falta de uma rede de apoio ou até mesmo vergonha. Deve ser levado em conta também que, em alguns casos, devido ao tempo de exposição a que a mulher é submetida, pode ocorrer que ela tenha dificuldade em perceber sua própria realidade.
Pesquisas indicam que mulheres que sofrem violência têm como principais consequências psicológicas transtornos de depressão e ansiedade. Nota-se que elas ficam mais retraídas, tristes, pessimistas e com sentimento de inferioridade e insegurança. Não é raro também perceber apatia e ideações suicidas em casos mais graves, sendo esta última a única alternativa encontrada por mulheres frente a tamanho sofrimento, uma atitude para se livrar de um relacionamento abusivo.
Além disso, são observados transtornos de ansiedade como transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e síndrome do pânico, abuso de álcool e substâncias, transtornos alimentares e psicossomáticos. Há também os sintomas como insônia, pesadelo, falta de apetite e irritabilidade que embora possam passar mais despercebidos devem ser tratados, a fim de que não progridam para algo mais grave.
A violência contra mulher é um assunto sério que pode trazer diversos danos à saúde física e mental. Como ajuda se faz necessário ter suporte social: família ou amigos em quem se possa confiar para ajudar a vítima a sair desta situação. Do mesmo modo é de essencial importância denunciar o abusador, seja procurando uma delegacia da mulher ou mesmo ligando para 180, serviço que presta escuta e acolhida às mulheres vítimas de violência.