Afinal o que é dislexia?
Dislexia é o termo alternativo para se referir aos Transtorno Específico de Aprendizagem com prejuízo em leitura e escrita. O DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), onde são descritos todos os transtornos neurológicos e psiquiátricos, define a dislexia como um transtorno caracterizado pela dificuldade no reconhecimento preciso e fluentes de palavras, problema de decodificação de letras (ou seja, reconhecê-las e transformá-las em som) e dificuldade de ortografia.
Já no início da educação infantil é possível observar fatores preditivos de futuros quadros de dislexia, tais como dificuldade e atraso na aquisição da linguagem oral, dificuldade na consciência e memória fonológica (sons), dificuldade em nomeação e desinteresse por letras.
No decorrer dos anos escolares, outros sintomas surgem, como: lentidão ou inabilidade para ler como os outros alunos, inverter letras, sílabas e palavras, dificuldade em reconhecer as vogais, substituir ou omitir partes de palavras, aglutinação na escrita, confusões fonêmicas entre d/t, p/b, g/j entre outros.
Para investigar a possibilidade da existência da Dislexia é necessário, em primeiro lugar, que essa criança passe por um processo de estimulação, ou seja, terapia fonoaudiológica e acompanhamento psicopedagógico a fim de treinar suas habilidades de leitura e escrita. Após alguns meses de treinamento, caso as dificuldades permaneçam, aí então começa-se a levantar a hipótese diagnóstica de dislexia.
A melhor idade para iniciar o processo investigativo de tal transtorno é entre 8 e 10 anos, quando já é exigido uma quantidade alta de leitura e escrita na escola, e quando o processo de alfabetização já se encerrou. Para esse diagnóstico é necessário o trabalho de uma equipe multidisciplinar incluindo fonoaudiólogo, psicopedagogo, neuropsicólogo e neuropediatra, que em conjunto avaliarão as habilidades e evolução da aprendizagem, a leitura, escrita e inteligência da criança para chegarem a uma conclusão.
É importante ressaltar que pacientes com dislexia possuem inteligência normal e têm total capacidade de se desenvolver academicamente. Entretanto, algumas leis protegem essas pessoas em ambientes escolares, para que possam ser avaliadas em seus conhecimentos de forma justa diante das dificuldades que apresentam.
A psicologia começou fazer sentido para mim desde a adolescência quando percebi que corpo e mente estão em constante comunicação e se influenciando mutuamente. Desde muito cedo soube o caminho profissional que seguiria: psicologia em interface com o corpo, por isso a escolha da universidade foi criteriosa.
Essa interface me suscitou cada vez mais curiosidade e após muito estudo da psicologia analítica, resolvi buscar algo mais voltado para o funcionamento neurológico, e foi quando iniciei minha formação em neuropsicologia – minha paixão profissional – pela Divisão de Psicologia do Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de medicina da USP.
A fim de melhorar meu atendimento neuropsicológico e psicológico, especialmente a crianças e adolescentes, realizei curso de Desenvolvimento Humano pelo Instituto de Psiquiatria da USP, e cursos voltados ao aprofundamento da prática clínica tanto pautados na psicologia analítica como na terapia cognitivo comportamental.
Artigos recentes
Mancini Psiquiatria
