Adultos podem ter Transtorno de Déficit de Atenção?
Sabemos que um dos tratamentos do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) na infância inclui o uso de medicações psicoestimulantes.Atualmente está cada vez mais comum escutarmos histórias de adolescentes e adultos fazendo desses medicamentos (comumente metilfenidato ou lisdexanfetamina) para supostamente aumentarem sua performance em situações como estudar para provas ou aumentar o desempenho no trabalho.E ainda mais preocupante são os casos das pessoas que fazem o uso do medicamento simplesmente como droga de abuso.
Dito isso, temos 2 questões a serem abordadas:
1. O TDAH existe na vida adulta?
Sim, o TDAH existe na vida adulta, mas para que o diagnóstico seja feito é necessário que o transtorno tenha tido início antes dos 12 anos de idade.
Estudos mostram que cerca de 15-40 % dos pacientes com TDAH na infância mantêm os sintomas na vida adulta. Em geral, o transtorno é caracterizado por desatenção, hiperatividade e impulsividade. Porém, em crianças e adultos essas características manifestam-se de forma diferente.
Em crianças os sintomas mais comuns são: trocam de brinquedos frequentemente, não completam atividades, movem-se muito rapidamente, são agitados, distraídos, têm dificuldade de respeitar regras.
Em adultos, por outro lado, observa-se desorganização, falta de planejamento de atividades, dificuldades de noção com o tempo, impaciência e tomar decisões de forma prematura.
Esses são apenas alguns exemplos dos sintomas em adultos e crianças, porém para fazer o diagnóstico é necessária uma avaliação criteriosa que inclua todo o histórico da infância do indivíduo e é preciso que haja prejuízo funcional ao longo da vida do paciente.
2. As medicações utilizadas para tratar TDAH podem ser aplicadas para aumentar a performance em pessoas sem essa patologia?
O uso do metilfenidato (Ritalina), lisdexanfetamina (Venvanse) ou qualquer outro estimulante para aumentar a performance é absolutamente contra-indicado. Seu uso inadvertido pode causar aumento da agitação, ansiedade, insônia, inquietação, aumento de pressão arterial e de frequência cardíaca, entre outros efeitos.
Portanto, o uso desses medicamentos fora do contexto de TDAH pode ser muito prejudicial à saúde, principalmente porque isso pode ajudar a precipitar algum quadro psiquiátrico (se o indivíduo já tiver uma susceptibilidade) ou então agravar um quadro já existente.
Além disso, os psicoestimulantes quando utilizados de forma inadequada, como nesses casos, podem ter um risco potencial de abuso, levando o indivíduo a perder o controle sobre o uso e não conseguir mais ficar sem a medicação. Situações como essa exigem tratamento médico especializado.
Se você pensa em aumentar sua performance no trabalho ou estudos, há outras maneiras mais saudáveis de fazer isso, como a prática de esportes, de meditação e treinamento cognitivo.
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