A vingança alivia o sofrimento?
A vingança pode ser descrita como a vontade de retaliar alguém que nos prejudicou,
buscando pagar na mesma moeda o que foi feito a nós. Geralmente ela surge em
contextos que mexem bastante conosco, nos quais nos sentimos prejudicados e
injustiçados de tal forma que a única saída que vemos seja a de que quem fez mal a
nós sofra tanto ou mais como nós sofremos.
A questão é: uma vez vingada, a pessoa se sentirá liberta e satisfeita? Vou ilustrar a
resposta para essa questão com um fato ocorrido em 2015 que virou manchete nos
jornais e sites de notícias na época. Trata-se de um homem que invadiu um velório e
disparou tiros contra o corpo que estava sendo velado. Segundo o que foi investigado
o atirador e o morto tinham uma rixa.
Por mais absurda (apesar de verídica) seja essa notícia, ela pode servir para
exemplificar que ainda que se alcance a vingança desejada ou que quem nos fez mal já
não esteja vivo ou esteja mas não em uma situação boa, isto não é garantia de que
ficaremos livres e bem.
E por que isso acontece? Porque a pessoa por quem nutrimos sentimentos negativos,
por mais que possa estar até morta como no exemplo citado, pode estar viva dentro
de nós. Isso ocorre quando o que nos aconteceu se torna um fardo e ficamos reféns de
tal fato. Como consequência, nossa vida fica presa ao passado e restrita no presente.
A vingança em si não vai resolver a situação, pois a pessoa por quem se tem o ódio ou
a raiva é o foco de nossa atenção e investimento. Um caminho para se libertar disso, é
inverter o foco e passar a investir em si mesmo e parar de dar tanto poder àquele que
te fez mal.