No Brasil, até meados do século XIX, os pacientes psiquiátricos eram objeto da justiça: os violentos iam para as prisões e os pacíficos perambulavam pelas ruas sem receberem qualquer tipo de tratamento especializado. Contudo, por volta desta época, as mudanças no trato destes pacientes, já tão difundidas em outras partes do mundo, começaram a ser implementadas no Brasil e, finalmente, estes personagens deixaram de ser invisíveis para a medicina brasileira. Foram inicialmente admitidos nas Santas Casas de Misericórdia, onde – por serem diferentes dos pacientes hospitalares comuns e muito numerosos – não foram mantidos por muito tempo.
Em 1852, a fim de suprir a demanda por um local adequado ao tratamento dos doentes mentais, foi inaugurado o Hospício Dom Pedro II, primeiro hospital psiquiátrico do Brasil, feito por renomados arquitetos da época e mais suntuoso que diversos palácios do Rio de Janeiro. Apelidado de “Palácio dos Loucos”, oferecia atividades ocupacionais como oficinas de sapataria, marcenaria e costura na tentativa de recuperação de doentes. Após a Proclamação da República, foi renomeado como Hospício Nacional dos Alienados e, em 1903, passou a ser dirigido por Juliano Moreira (1872-1933), médico baiano, negro, de origem humilde, que se destacou na Faculdade de Medicina da Bahia como alienista. Moreira visitara diversos hospitais psiquiátricos na França, Alemanha e Estados Unidos e liderou a modernização dos nosocômios, promovendo a instalação de laboratórios de anatomia patológica e de bioquímica, a remodelação do corpo clínico, com entrada de psiquiatras, neurologistas e outros especialistas,a abolição do uso de coletes e camisas de força, a retirada de grades de ferro das janelas, a preocupação com a formação dos enfermeiros e o grande cuidado com os registros administrativos, estatísticos e clínicos. Embora não fosse professor na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, dava aulas de psiquiatria e recebia alunos, difundindo a obra de Kraepelin, com quem mantinha correspondência, e de Freud. Combateu, de modo veemente, teorias eugenistas, em voga na época, que associavam transtornos mentais a miscigenação racial e tornou-se internacionalmente reconhecido, sendo considerado um dos fundadores da disciplina de psiquiatria no Brasil.
Seguindo a tendência carioca, é inaugurado em 1898, em São Paulo, o Hospital do Juqueri. O projeto foi capitaneado pelo eminente médico paulista Francisco Franco da Rocha, que seguiu os moldes propostos por seu mentor Juliano Moreira ao tornar-se o primeiro diretor do serviço, que oferecia aos pacientes um tratamento ocupacional. Franco da Rocha foi posteriormente convidado por Arnaldo Vieira de Carvalho a assumir a cátedra de Psiquiatria da recém-inaugurada Faculdade de Medicina e Cirurgia de São Paulo (futura Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – FMUSP) e, em 1918, passou a administrar o primeiro
curso de psiquiatria da instituição. Em 1935, seu ex-aluno Antônio Carlos Pacheco assumiu a cátedra após concurso público, tornando-se o primeiro professor titular de Psiquiatria da FMUSP. Baseando-se no currículo de prestigiadas instituições de ensino norte-americanas, Pacheco defendeu o ensino de psiquiatria a todos os alunos de medicina, além de idealizar e realizar a construção do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas em 1952, um centro assistencial de pesquisa e ensino.
A partir de 1980, com o surgimento de novos psicofármacos, houve uma mudança estrutural no tratamento psiquiátrico: os doentes, antes fadados a internações prolongadas, podiam agora ser tratados de maneira predominantemente ambulatorial. A transformação no atendimento psiquiátrico somada a inúmeras denúncias de desrespeito aos direitos humanos nos manicômios permitiu o crescimento de movimentos antimanicomiais e iniciou-se, na segunda metade do século XX, o desmonte dos grandes hospitais psiquiátricos.
No Brasil, até meados do século XIX, os pacientes psiquiátricos eram objeto da justiça: os violentos iam para as prisões e os pacíficos perambulavam pelas ruas sem receberem qualquer tipo de tratamento especializado. Contudo, por volta desta época, as mudanças no trato destes pacientes, já tão difundidas em outras partes do mundo, começaram a ser implementadas no Brasil e, finalmente, estes personagens deixaram de ser invisíveis para a medicina brasileira. Foram inicialmente admitidos nas Santas Casas de Misericórdia, onde – por serem diferentes dos pacientes hospitalares comuns e muito numerosos – não foram mantidos por muito tempo. Em 1852, a fim de suprir a demanda por um local adequado ao tratamento dos doentes mentais, foi inaugurado o Hospício Dom Pedro II, primeiro hospital psiquiátrico do Brasil, feito por renomados arquitetos da época e mais suntuoso que diversos palácios do Rio de Janeiro. Apelidado de “Palácio dos Loucos”, oferecia atividades ocupacionais como oficinas de sapataria, marcenaria e costura na tentativa de recuperação de doentes. Após a Proclamação da República, foi renomeado como Hospício Nacional dos Alienados e, em 1903, passou a ser dirigido por Juliano Moreira (1872-1933), médico baiano, negro, de origem humilde, que se destacou na Faculdade de Medicina da Bahia como alienista. Moreira visitara diversos hospitais psiquiátricos na França, Alemanha e Estados Unidos e liderou a modernização dos nosocômios, promovendo a instalação de laboratórios de anatomia patológica e de bioquímica, a remodelação do corpo clínico, com entrada de psiquiatras, neurologistas e outros especialistas,a abolição do uso de coletes e camisas de força, a retirada de grades de ferro das janelas, a preocupação com a formação dos enfermeiros e o grande cuidado com os registros administrativos, estatísticos e clínicos. Embora não fosse professor na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, dava aulas de psiquiatria e recebia alunos, difundindo a obra de Kraepelin, com quem mantinha correspondência, e de Freud. Combateu, de modo veemente, teorias eugenistas, em voga na época, que associavam transtornos mentais a miscigenação racial e tornou-se internacionalmente reconhecido, sendo considerado um dos fundadores da disciplina de psiquiatria no Brasil. Seguindo a tendência carioca, é inaugurado em 1898, em São Paulo, o Hospital do Juqueri. O projeto foi capitaneado pelo eminente médico paulista Francisco Franco da Rocha, que seguiu os moldes propostos por seu mentor Juliano Moreira ao tornar-se o primeiro diretor do serviço, que oferecia aos pacientes um tratamento ocupacional. Franco da Rocha foi posteriormente convidado por Arnaldo Vieira de Carvalho a assumir a cátedra de Psiquiatria da recém-inaugurada Faculdade de Medicina e Cirurgia de São Paulo (futura Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – FMUSP) e, em 1918, passou a administrar o primeiro curso de psiquiatria da instituição. Em 1935, seu ex-aluno Antônio Carlos Pacheco assumiu a cátedra após concurso público, tornando-se o primeiro professor titular de Psiquiatria da FMUSP. Baseando-se no currículo de prestigiadas instituições de ensino norte-americanas, Pacheco defendeu o ensino de psiquiatria a todos os alunos de medicina, além de idealizar e realizar a construção do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas em 1952, um centro assistencial de pesquisa e ensino. A partir de 1980, com o surgimento de novos psicofármacos, houve uma mudança estrutural no tratamento psiquiátrico: os doentes, antes fadados a internações prolongadas, podiam agora ser tratados de maneira predominantemente ambulatorial. A transformação no atendimento psiquiátrico somada a inúmeras denúncias de desrespeito aos direitos humanos nos manicômios permitiu o crescimento de movimentos antimanicomiais e iniciou-se, na segunda metade do século XX, o desmonte dos grandes hospitais psiquiátricos.
No Brasil, até meados do século XIX, os pacientes psiquiátricos eram objeto da justiça: os violentos iam para as prisões e os pacíficos perambulavam pelas ruas sem receberem qualquer tipo de tratamento especializado.
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