A nova compulsão
Em setembro deste ano foi publicada uma matéria no jornal O Estado de S. Paulo, abordando o mais novo vício da contemporaneidade: o vício por séries. Segundo a reportagem, as pessoas têm duas opções: assistir a um episódio por vez ou emendá-los até que se acabe e uma nova paixão apareça.
Há estudos que afirmam existir pessoas incapazes de parar de assistir a séries, o que revela uma dificuldade de colocar limite aos próprios desejos, isto é, de controle inibitório.
Isto se deve a diferentes motivos, a depender de cada personalidade, mas podem estar associados a uma fuga da realidade ou por identificação com os personagens e histórias relatados nas séries.
Assim, diante das preocupações, frustrações e angústias, as pessoas buscam um mundo da fantasia no qual podem se realizar e encontrar satisfação.
A própria Netflix, serviço de streaming mais utilizado, divulgou dados coletados em diversos países apontando que seus assinantes assistem até duas horas diárias até que a série chegue ao fim.
Este comportamento chega a causar prejuízos na vida do indivíduo que passa a preterir suas relações, trabalho e hobbies. O contraditório é: as novas tecnologias deveriam aproximar distâncias e proporcionar acesso à informação a todos, mas o que se observada é o oposto, ou seja, um abismo entre o sujeito consigo mesmo e com o mundo.