A importância da psicoterapia para regulação emocional
Regulação emocional é algo que a maioria das pessoas buscam para ter uma boa saúde mental e pode ser entendida como a regulação da duração e intensidade de uma emoção gerada diante de uma situação intensa. Popularmente pode-se pensar que uma regulação emocional bem sucedida está relacionada a ignorar os sentimentos evitando o contato com a situação que o gerou. Entretanto, alguns
estudos têm mostrado que nomeá-los produz redução de respostas impulsivas e redução da atividade do sistema nervoso simpático (ativado em situações de estresse) a curto e longo praz. Ou seja, a nomeação de sentimentos colabora significativamente para a regulação emocional, indicando que ao falar a respeito da situação vivenciada e nomeá-las torna as futuras respostas emocionais mais adaptadas.
Entretanto para se traduzir sentimentos em palavras precisa-se primeiro identificar quais são esses sentimentos e isso exige uma auto reflexão. A auto reflexão é algo que pode ser acelerado ou facilitado através da psicoterapia, uma vez que existe uma escuta qualificada através da análise da fala do paciente e devolutivas adequadas. Além do mais é provado cientificamente que indivíduos com disposição
para auto reflexão mostram uma resposta neurológica mais afetiva para auto regulação emocional, então caso exista alguma dificuldade para tal atividade é necessário a ajuda de um profissional: o psicólogo.
Durante o processo psicoterapêutico existem algumas maneira de auxiliar a regulação emocional além da auto reflexão e identificação e nomeação de sentimentos. Uma delas é a ressignificação da situação vivida, alterando a experiência emocional e gerando, inclusive, respostas neurológicas, como ativação
da região ventromedial e dorsolateral do córtex pre frontal (responsável pela racionalização) e diminuição da ativação da amígdala (estrutura responsável em emitir respostas em situações de estresse). Outra maneira de auxiliar a regulação emocional através da psicoterapia é a nomeação de sentimentos ou de situações vividas através de linguagem abstrata,
convertendo um estímulo em uma representação simbólica. Nesse sentido a psicanálise e a psicologia analítica podem ajudar de maneira bastante efetiva.
Alguns estudos sugerem, inclusive, que converter uma situação ou sentimento em linguagem é um ato de racionalização, permitindo a exploração consciente do fato, gerando maior processamento do córtex pre frontal e diminuído a atividade da amigdala. O que nos faz pensar que de fato fazer psicoterapia gera adaptação não apenas comportamental e emocional, mas também neurológica.