A deficiência intelectual o funcionamento intelectual limítrofe
A deficiência intelectual (DI) é um quadro caracterizado por três condições específicas. A primeira condição é o déficit no funcionamento intelectual, com Quociente de Inteligência (QI) abaixo de 70 (QI normal está entre 90 e 110) gerando prejuízo em raciocínio, planejamento, solução de problemas, abstração e juízo crítico, bem como dificuldade em aprender habilidades acadêmicas como leitura, escrita e matemática, sendo necessário apoio constante.
A segunda condição da deficiência intelectual está relacionada às funções adaptativas. As pessoas com DI apresentam dificuldade ou fracasso na realização de tarefas diária complexas,
como cozinhar, fazer compras, dirigir, ou em tarefas diárias básicas, como tomar banho, se vestir ou se alimentar. Além disso, apresentam dificuldade no desenvolvimento sociocultural,
como independência social, imaturidade nas relações sociais, dificuldade com linguagem, limitada percepção do risco, entre outros.
E por último, a terceira condição da deficiência intelectual é todos esses déficits ocorrem desde a infância/adolescência.
Entretanto, existem crianças com um desenvolvimento frequentemente normal nos anos iniciais ou apenas um leve atraso em sua evolução. O desempenho psicomotor fica um pouco abaixo do esperado para idade, a linguagem não presenta anomalias grosseiras, a inserção social é quase sempre satisfatória e a criança acompanha os anos iniciais de escolaridade,
entretanto ao se aproximar do ensino fundamental II, a partir do 5º ou 6º ano, começa a presentar dificuldades acadêmicas. Essa criança pode apresentar o que se chama de “funcionamento intelectual limítrofe”.
As pessoas com funcionamento intelectual limítrofe ou dificuldade intelectual leve têm o QI entre 84 e 70, tendo leve dificuldade nesse aspecto, entretanto na idade adulta podem adquirir habilidades sociais e profissionais adequadas para o próprio sustento, e viverem sem problemas em comunidade, de modo independente ou necessitando de alguma supervisão/orientação. Entretanto limitações cognitivas prejudicam levemente desempenho funcional da pessoa.
O diagnóstico do funcionamento intelectual limítrofe normalmente é dado tardiamente, justamente por apresentar sintomas leves no início da vida e muitas vezes passarem despercebidos pelos pais. Entretanto diante de sinais negativos nos anos escolares mais avançados é necessária a avaliação de profissionais. Por se tratar de um difícil diagnóstico a avaliação deve ser feita em equipe multidisciplinar, sendo indispensável uma avaliação neuropsicológica, para averiguação do funcionamento intelectual e médico psiquiatra ou neurologista.