Análise de Personagem: Norma Bates – da série Bates Motel
Alguns personagens em séries e filmes trazem boas reprentações de doenças mentais. Esse é o caso da personagem escolhida, Norma Bates, da série “Bates Motel”, interpretada pela maior scream queen de nossa geração, Vera Farmiga. Ela muito provavelmente tem Transtorno de Personalidade Borderline, e, possivelmente, Transtorno de Personalidade Histriônica, ou pelo, menos, traços dele.
Ela teve uma história de infância de negligência e abuso. Enquanto a mãe era ausente, o pai abusava dela. Ela repete o ciclo de abusos. No seu primeiro casamento, foi abusada pelo seu marido. Nas relações futuras, tem dificuldades em criar vínculos saudáveis.
Como característica de Transtorno de Personalidade Histrionica, é dramática, de reações emocionais intensas e também, Norma é uma mulher hábil na sedução, e se usa de sua beleza física para conquistar. No processo de conquista, ela se usa da posição de fragilidade para gerar a sensação de que necessita de cuidado.
Como características do Transtorno de Personalidade Borderline, tem oscilações frequentes de humor. De temperamento explosivo, ela entra em conflitos facilmente. Não tolera ser contrariada.
Entre seus dois filhos, Dylan e Norman, Norma elege Norman como seu favorito e trata Dylan com desprezo. Já com Norman, cria um apego patológico. Ela superprotege e controla sua vida, não aceita e ignora a possibilidade de Norman ser um psicopata, acoberta seus crimes, o controla a ponto de não o deixar ir as sessões de terapia sem ela. O limita de fazer novos vínculos afetivos, não desejando dividir a atenção dele. Isso a torna a única fonte de amor incondicional de seu filho, e o cria em abuso emocional e privação afetiva de outros. Esse tipo de relação, de preferência de um filho ao outro, e o abuso através do apego patológico e negligência pode ocorrer na mãe com Transtorno de Personalidade Borderline. Ela se mostra dependente emocionalmente das pessoas com quem se apega, como Norman e Romero, enquanto que com outras pessoas com quem não tem apego, mostra pouca empatia. Usa-se da manipulação emocional com frequência, usando frequentemente sentimentos como culpa com seu filho para o manipular para suas finalidades. Esse apego patológico pode acontecer no Transtorno de Personalidade Borderline, em que, do ponto de vista da psicanálise, o objeto amado é introjetado no self e há um medo excessivo de o perder, fazendo esforços, como manipulação emocional a fim de os prender a si.
O reflexo da criação que Norma deu a seu filho, se reflete em sua tendência antissocial e em sua personalidade dissociativa “Mother”. Essa personalidade mostra que a mãe introjetada por Norman é uma mulher muito protetora, porém sádica e capaz de cometer crimes.