Quando o assunto é desenvolvimento humano, o campo epistêmico da neurociência tem muito a colaborar para combater uma série de equívocos muito difundidos.
O que se sabe hoje em se tratando de desenvolvimento mental é que, para que o processo de aprendizado se dê, é necessária uma interação bastante complexa entre o ser biológico, o ser psicológico e o ambiente sociocultural.
Uma criança que viva sem as condições de receber uma alimentação adequada e suficiente, em termos de qualidade e constância, que não durma direito, em ambiente suficientemente seguro, calmo e salutar, muito provavelmente terá prejuízos em seu aparato biológico, o que acarreta em sérias implicações na sua capacidade de reter e processar o aprendizado.
Uma criança que vive num lar conturbado, experimentando frequentemente sentimentos de medo, pavor e situações de trauma físico ou emocional, provavelmente encontrará muita dificuldade em aprender aquilo que lhe for apresentado e proposto junto aos seus pares em ambiente escolar.
Se essa criança se encontra impedida de ter acesso à cultura e ao conhecimento, muito provavelmente será difícil que ela consiga aprender alguma coisa. A ideia bastante disseminada em grande parte da cultura brasileira de que “a meritocracia é o que importa”, “se você se esforçar será capaz de tudo e chegará aonde quiser”, que “no fundo todos nós somos iguais” e “se você não conseguiu foi porque não se empenhou o suficiente”, é facilmente refutada, constitui uma falácia, uma balela facilmente refutada inclusive pela neurociência.
Uma criança desprovida de alimento nas fases iniciais da vida tende a ter prejuízos significativos na aprendizagem, se comparada à uma criança que foi bem alimentada nessa mesma fase, ainda que, por ocasião de uma bolsa de estudos, por exemplo, a criança pobre esteja estudando na mesma escola que a criança rica.
O sono é um fator fundamental. Ao restringir as possibilidades de um sono de qualidade nas fases iniciais da vida limita-se as possibilidades de aprendizado, considerando que a memória se consolida principalmente durante o sono.
Ameaças de violência como apanhar se não tirar boas notas nas provas, por exemplo, certamente atrapalha muito mais do que incentiva.
Sendo assim, a neurociência pode contribuir na compreensão dos principais dos principais elementos que viabilizam e promovem a aprendizagem e o desenvolvimento de uma maneira ampla, para que a educação possa se dar de modo desejável e aceitável em uma sociedade realmente democrática.
Baseado no material disponível em Casa do Saber, por Guilherme Brockington, pós-doutor em neurociência e educação pela USP, foi pesquisador no Brain and Creativity Institute (EUA)
Minha curiosidade pelos processos da mente humana, suas estruturas, as viscissitudes e singularidades que fazem cada um de nós ser tão único, o gosto pelos estudos.
Quando o assunto é desenvolvimento humano, o campo epistêmico da neurociência tem muito a colaborar para combater uma série de equívocos muito difundidos. O que se sabe hoje em se tratando de desenvolvimento mental é que, para que o processo de aprendizado se dê, é necessária uma interação bastante complexa entre o ser biológico, o ser psicológico e o ambiente sociocultural. Uma criança que viva sem as condições de receber uma alimentação adequada e suficiente, em termos de qualidade e constância, que não durma direito, em ambiente suficientemente seguro, calmo e salutar, muito provavelmente terá prejuízos em seu aparato biológico, o que acarreta em sérias implicações na sua capacidade de reter e processar o aprendizado. Uma criança que vive num lar conturbado, experimentando frequentemente sentimentos de medo, pavor e situações de trauma físico ou emocional, provavelmente encontrará muita dificuldade em aprender aquilo que lhe for apresentado e proposto junto aos seus pares em ambiente escolar. Se essa criança se encontra impedida de ter acesso à cultura e ao conhecimento, muito provavelmente será difícil que ela consiga aprender alguma coisa. A ideia bastante disseminada em grande parte da cultura brasileira de que “a meritocracia é o que importa”, “se você se esforçar será capaz de tudo e chegará aonde quiser”, que “no fundo todos nós somos iguais” e “se você não conseguiu foi porque não se empenhou o suficiente”, é facilmente refutada, constitui uma falácia, uma balela facilmente refutada inclusive pela neurociência. Uma criança desprovida de alimento nas fases iniciais da vida tende a ter prejuízos significativos na aprendizagem, se comparada à uma criança que foi bem alimentada nessa mesma fase, ainda que, por ocasião de uma bolsa de estudos, por exemplo, a criança pobre esteja estudando na mesma escola que a criança rica. O sono é um fator fundamental. Ao restringir as possibilidades de um sono de qualidade nas fases iniciais da vida limita-se as possibilidades de aprendizado, considerando que a memória se consolida principalmente durante o sono. Ameaças de violência como apanhar se não tirar boas notas nas provas, por exemplo, certamente atrapalha muito mais do que incentiva. Sendo assim, a neurociência pode contribuir na compreensão dos principais dos principais elementos que viabilizam e promovem a aprendizagem e o desenvolvimento de uma maneira ampla, para que a educação possa se dar de modo desejável e aceitável em uma sociedade realmente democrática. Baseado no material disponível em Casa do Saber, por Guilherme Brockington, pós-doutor em neurociência e educação pela USP, foi pesquisador no Brain and Creativity Institute (EUA)
Quando o assunto é desenvolvimento humano, o campo epistêmico da neurociência tem muito a colaborar para combater uma série de equívocos muito difundidos. O que se sabe hoje em se tratando de desenvolvimento mental é que, para que o processo de aprendizado se dê, é necessária uma interação bastante complexa entre o ser biológico, o ser psicológico e o ambiente sociocultural. Uma criança que viva sem as condições de receber uma alimentação adequada e suficiente, em termos de qualidade e constância, que não durma direito, em ambiente suficientemente seguro, calmo e salutar, muito provavelmente terá prejuízos em seu aparato biológico, o que acarreta em sérias implicações na sua capacidade de reter e processar o aprendizado. Uma criança que vive num lar conturbado, experimentando frequentemente sentimentos de medo, pavor e situações de trauma físico ou emocional, provavelmente encontrará muita dificuldade em aprender aquilo que lhe for apresentado e proposto junto aos seus pares em ambiente escolar. Se essa criança se encontra impedida de ter acesso à cultura e ao conhecimento, muito provavelmente será difícil que ela consiga aprender alguma coisa. A ideia bastante disseminada em grande parte da cultura brasileira de que “a meritocracia é o que importa”, “se você se esforçar será capaz de tudo e chegará aonde quiser”, que “no fundo todos nós somos iguais” e “se você não conseguiu foi porque não se empenhou o suficiente”, é facilmente refutada, constitui uma falácia, uma balela facilmente refutada inclusive pela neurociência. Uma criança desprovida de alimento nas fases iniciais da vida tende a ter prejuízos significativos na aprendizagem, se comparada à uma criança que foi bem alimentada nessa mesma fase, ainda que, por ocasião de uma bolsa de estudos, por exemplo, a criança pobre esteja estudando na mesma escola que a criança rica. O sono é um fator fundamental. Ao restringir as possibilidades de um sono de qualidade nas fases iniciais da vida limita-se as possibilidades de aprendizado, considerando que a memória se consolida principalmente durante o sono. Ameaças de violência como apanhar se não tirar boas notas nas provas, por exemplo, certamente atrapalha muito mais do que incentiva. Sendo assim, a neurociência pode contribuir na compreensão dos principais dos principais elementos que viabilizam e promovem a aprendizagem e o desenvolvimento de uma maneira ampla, para que a educação possa se dar de modo desejável e aceitável em uma sociedade realmente democrática. Baseado no material disponível em Casa do Saber, por Guilherme Brockington, pós-doutor em neurociência e educação pela USP, foi pesquisador no Brain and Creativity Institute (EUA)
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