Há coisas que se pode mudar parcialmente e há coisas que você não vai conseguir mudar na sua vida.
Muitas pessoas se perguntam se elas poderão mudar algumas coisas no seu modo de ser, nas suas características, dar uma virada na vida mudando quem elas são, sua forma de sentir ou sua maneira de agir.
Para entender isso é útil pensar em dois elementos básicos. O primeiro pode ser chamado de “tripé”. Vamos a ele.
Aquilo que qualquer um de nós é depende da estrutura de um tripé. Em um de seus vértices está a sua biologia. Suas características orgânicas e biológicas, o caráter orgânico do ser. Estudos mostram que 50% das suas características dependem da sua biologia e em grande parte, da sua genética. Mas não exclusivamente dela. A epigenética, constituída pelos fatores externos à genética são moduladores do ser em medida tão importante quanto à tendência genética.
Uma parte dos nossos conhecimentos nesse campo vem de estudos com gêmeos univitelinos, existem mais de 40 anos de estudos realizados com crianças geneticamente iguais, adotados após o primeiro mês de idade por famílias diferentes.
A partir daí já é possível separar o efeito dos fatores epigenéticos e da cultura, da aprendizagem, sendo possível verificar os efeitos da genética por um lado, e da natureza, por outro.
Constatou-se que os fatores tais como níveis de agressividade, assuntos de interesse, abertura para o novo e uma série de outras características que compõe a personalidade apresentaram essa correlação em torno de 50%, para gêmeos que compartilhassem dos mesmos genes.
Mas e quanto aos outros 50%?
Voltando à estrutura do tripé, se uma das pontas é o fator biológico, a segunda é composta por aquilo que se aprende ao longo da vida.
Analogamente a um computador, por exemplo, a sua biologia corresponde ao hardware, às peças do computador, enquanto que a aprendizagem, cultura e costumes compõe os softwares e aplicativos instalados. E tudo isso junto teria que rodar em um ambiente, que constitui o terceiro elemento do tripé.
O ambiente é capaz de fazer com que pessoas alterem sua maneira de sentir, pensar e agir, ainda que apresentem uma biologia que as disponha em uma determinada direção, ou tenham aprendido coisas que a influenciem.
Por exemplo, imaginemos uma pessoa que por natureza seja tímida. Existem pessoas de tipo mais tímido, mais evitativo, o que pode ser observado já na vida intrauterina, desde o sétimo, oitavo mês de gestação, pelas reações dentro da placenta. A maneira como a criança reage aos sons e aos estímulos em geral. Alguns bebês são mais evitativos, fogem mais, enquanto outros exploram mais. Estudou-se que esse padrão tende a permanecer pela vida toda do indivíduo. Dependendo das circunstâncias em que você cresce, esse tripé (genética, aprendizagem e ambiente) molda a maneira com a qual você interage com o mundo em geral.
O que se pode fazer é calibrar as tendências, visando uma melhor adaptabilidade às situações que representem algum desafio, mal estar ou risco, permitindo ao sujeito seguir vivendo e experimentando suas vivências da maneira como for.
Nas primeiras fases da vida os pais ou figuras cuidadoras podem ajudar nesse equilíbrio e adaptação, sem a pretenção de mudar a natureza do ser.
Certas características podem mudar apenas parcialmente. O que pode mudar totalmente são alguns valores, atitudes e hábitos, mas não a essência do ser e suas disposições e maneiras de sentir.
Ao notar que precisa e deseja mudar determinadas posturas e atitudes que vão contra o seu temperamento, você poderá com o tempo transformar essas novas posturas numa espécie de recurso. Uma espécie de segunda pele, que permanecerá subjacente.
Assim, muitas vezes, mesmo que não seja possível mudar em 100% aquilo que queria, um percentual menor de mudança já poderá ser ótimo e desejável, uma vez que é factível e evita nutrir a frustrante ambição de ser aquilo que você não é. Adaptando o que você sente que precisa ser adaptado e valorizando aquilo que constitui a sua essência e sua disposição de ser no mundo, o processo pode ser menos sofrido e o prognóstico costuma ser melhor.
Por fim, jogar com esse tripé constitutivo é parte da arte de viver.
(Baseado em Luis Alberto Hanns, Psicanalista, disponível em Casa do Saber).
Minha curiosidade pelos processos da mente humana, suas estruturas, as viscissitudes e singularidades que fazem cada um de nós ser tão único, o gosto pelos estudos.
Há coisas que se pode mudar parcialmente e há coisas que você não vai conseguir mudar na sua vida. Muitas pessoas se perguntam se elas poderão mudar algumas coisas no seu modo de ser, nas suas características, dar uma virada na vida mudando quem elas são, sua forma de sentir ou sua maneira de agir. Para entender isso é útil pensar em dois elementos básicos. O primeiro pode ser chamado de “tripé”. Vamos a ele. Aquilo que qualquer um de nós é depende da estrutura de um tripé. Em um de seus vértices está a sua biologia. Suas características orgânicas e biológicas, o caráter orgânico do ser. Estudos mostram que 50% das suas características dependem da sua biologia e em grande parte, da sua genética. Mas não exclusivamente dela. A epigenética, constituída pelos fatores externos à genética são moduladores do ser em medida tão importante quanto à tendência genética. Uma parte dos nossos conhecimentos nesse campo vem de estudos com gêmeos univitelinos, existem mais de 40 anos de estudos realizados com crianças geneticamente iguais, adotados após o primeiro mês de idade por famílias diferentes. A partir daí já é possível separar o efeito dos fatores epigenéticos e da cultura, da aprendizagem, sendo possível verificar os efeitos da genética por um lado, e da natureza, por outro. Constatou-se que os fatores tais como níveis de agressividade, assuntos de interesse, abertura para o novo e uma série de outras características que compõe a personalidade apresentaram essa correlação em torno de 50%, para gêmeos que compartilhassem dos mesmos genes. Mas e quanto aos outros 50%? Voltando à estrutura do tripé, se uma das pontas é o fator biológico, a segunda é composta por aquilo que se aprende ao longo da vida. Analogamente a um computador, por exemplo, a sua biologia corresponde ao hardware, às peças do computador, enquanto que a aprendizagem, cultura e costumes compõe os softwares e aplicativos instalados. E tudo isso junto teria que rodar em um ambiente, que constitui o terceiro elemento do tripé. O ambiente é capaz de fazer com que pessoas alterem sua maneira de sentir, pensar e agir, ainda que apresentem uma biologia que as disponha em uma determinada direção, ou tenham aprendido coisas que a influenciem. Por exemplo, imaginemos uma pessoa que por natureza seja tímida. Existem pessoas de tipo mais tímido, mais evitativo, o que pode ser observado já na vida intrauterina, desde o sétimo, oitavo mês de gestação, pelas reações dentro da placenta. A maneira como a criança reage aos sons e aos estímulos em geral. Alguns bebês são mais evitativos, fogem mais, enquanto outros exploram mais. Estudou-se que esse padrão tende a permanecer pela vida toda do indivíduo. Dependendo das circunstâncias em que você cresce, esse tripé (genética, aprendizagem e ambiente) molda a maneira com a qual você interage com o mundo em geral. O que se pode fazer é calibrar as tendências, visando uma melhor adaptabilidade às situações que representem algum desafio, mal estar ou risco, permitindo ao sujeito seguir vivendo e experimentando suas vivências da maneira como for. Nas primeiras fases da vida os pais ou figuras cuidadoras podem ajudar nesse equilíbrio e adaptação, sem a pretenção de mudar a natureza do ser. Certas características podem mudar apenas parcialmente. O que pode mudar totalmente são alguns valores, atitudes e hábitos, mas não a essência do ser e suas disposições e maneiras de sentir. Ao notar que precisa e deseja mudar determinadas posturas e atitudes que vão contra o seu temperamento, você poderá com o tempo transformar essas novas posturas numa espécie de recurso. Uma espécie de segunda pele, que permanecerá subjacente. Assim, muitas vezes, mesmo que não seja possível mudar em 100% aquilo que queria, um percentual menor de mudança já poderá ser ótimo e desejável, uma vez que é factível e evita nutrir a frustrante ambição de ser aquilo que você não é. Adaptando o que você sente que precisa ser adaptado e valorizando aquilo que constitui a sua essência e sua disposição de ser no mundo, o processo pode ser menos sofrido e o prognóstico costuma ser melhor. Por fim, jogar com esse tripé constitutivo é parte da arte de viver. (Baseado em Luis Alberto Hanns, Psicanalista, disponível em Casa do Saber). Se precisa de ajuda ou está com dúvidas, não deixe de se consultar com profissionais que podem te ajudar. Entre em contato com os nossos profissionais clicando aqui.
Há coisas que se pode mudar parcialmente e há coisas que você não vai conseguir mudar na sua vida. Muitas pessoas se perguntam se elas poderão mudar algumas coisas no seu modo de ser, nas suas características, dar uma virada na vida mudando quem elas são, sua forma de sentir ou sua maneira de agir. Para entender isso é útil pensar em dois elementos básicos. O primeiro pode ser chamado de “tripé”. Vamos a ele. Aquilo que qualquer um de nós é depende da estrutura de um tripé. Em um de seus vértices está a sua biologia. Suas características orgânicas e biológicas, o caráter orgânico do ser. Estudos mostram que 50% das suas características dependem da sua biologia e em grande parte, da sua genética. Mas não exclusivamente dela. A epigenética, constituída pelos fatores externos à genética são moduladores do ser em medida tão importante quanto à tendência genética. Uma parte dos nossos conhecimentos nesse campo vem de estudos com gêmeos univitelinos, existem mais de 40 anos de estudos realizados com crianças geneticamente iguais, adotados após o primeiro mês de idade por famílias diferentes. A partir daí já é possível separar o efeito dos fatores epigenéticos e da cultura, da aprendizagem, sendo possível verificar os efeitos da genética por um lado, e da natureza, por outro. Constatou-se que os fatores tais como níveis de agressividade, assuntos de interesse, abertura para o novo e uma série de outras características que compõe a personalidade apresentaram essa correlação em torno de 50%, para gêmeos que compartilhassem dos mesmos genes. Mas e quanto aos outros 50%? Voltando à estrutura do tripé, se uma das pontas é o fator biológico, a segunda é composta por aquilo que se aprende ao longo da vida. Analogamente a um computador, por exemplo, a sua biologia corresponde ao hardware, às peças do computador, enquanto que a aprendizagem, cultura e costumes compõe os softwares e aplicativos instalados. E tudo isso junto teria que rodar em um ambiente, que constitui o terceiro elemento do tripé. O ambiente é capaz de fazer com que pessoas alterem sua maneira de sentir, pensar e agir, ainda que apresentem uma biologia que as disponha em uma determinada direção, ou tenham aprendido coisas que a influenciem. Por exemplo, imaginemos uma pessoa que por natureza seja tímida. Existem pessoas de tipo mais tímido, mais evitativo, o que pode ser observado já na vida intrauterina, desde o sétimo, oitavo mês de gestação, pelas reações dentro da placenta. A maneira como a criança reage aos sons e aos estímulos em geral. Alguns bebês são mais evitativos, fogem mais, enquanto outros exploram mais. Estudou-se que esse padrão tende a permanecer pela vida toda do indivíduo. Dependendo das circunstâncias em que você cresce, esse tripé (genética, aprendizagem e ambiente) molda a maneira com a qual você interage com o mundo em geral. O que se pode fazer é calibrar as tendências, visando uma melhor adaptabilidade às situações que representem algum desafio, mal estar ou risco, permitindo ao sujeito seguir vivendo e experimentando suas vivências da maneira como for. Nas primeiras fases da vida os pais ou figuras cuidadoras podem ajudar nesse equilíbrio e adaptação, sem a pretenção de mudar a natureza do ser. Certas características podem mudar apenas parcialmente. O que pode mudar totalmente são alguns valores, atitudes e hábitos, mas não a essência do ser e suas disposições e maneiras de sentir. Ao notar que precisa e deseja mudar determinadas posturas e atitudes que vão contra o seu temperamento, você poderá com o tempo transformar essas novas posturas numa espécie de recurso. Uma espécie de segunda pele, que permanecerá subjacente. Assim, muitas vezes, mesmo que não seja possível mudar em 100% aquilo que queria, um percentual menor de mudança já poderá ser ótimo e desejável, uma vez que é factível e evita nutrir a frustrante ambição de ser aquilo que você não é. Adaptando o que você sente que precisa ser adaptado e valorizando aquilo que constitui a sua essência e sua disposição de ser no mundo, o processo pode ser menos sofrido e o prognóstico costuma ser melhor. Por fim, jogar com esse tripé constitutivo é parte da arte de viver. (Baseado em Luis Alberto Hanns, Psicanalista, disponível em Casa do Saber). Se precisa de ajuda ou está com dúvidas, não deixe de se consultar com profissionais que podem te ajudar. Entre em contato com os nossos profissionais clicando aqui.
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