Quem foi Sigmund Freud
Sigmund Freud (1856-1939) foi um neurologista austriaco, de origem judaica. É considerado o fundador da psicanálise, tendo seu nome até hoje como metonímia para esta disciplina. Sua fama foi tamanha que tornou-se uma figura da cultura popular (como na expressão popular brasileira “Freud explica”).
A teoria psicanalítica (e a contribuição de Freud) foram muito importantes para a psiquiatria, com influências na visão dos transtornos psiquiátricos e seu tratamento.
De maneira geral, divide-se o trabalho de Freud em 2 grandes “tópicas”: a divisao do psiquismo em consciente/inconsciente, e a divisão do psiquismo em Id/Ego/Superego. Falaremos um pouco neste texto sobre o conceito de inconsciente.
O nascimento da psicanálise, o inconsciente
A psicanálise é uma disciplina que envolve tanto um método de tratamento quanto uma teoria do desenvolvimento psíquico. Nasce dos estudos de Freud e Josef Breuer sobre a condição antigamente chamada de “histeria”, uma síndrome com sintomas neurológicos, sem lesão neurológica compatível.
Freud e Breuer perceberam que os pacientes com esse diagnóstico melhoravam de seus sintomas durante sessões em que falavam livremente, frequentemente ao relembrarem-se de eventos traumáticos passados “esquecidos”. O caso de Anna O. é central para o trabalho inicial de Freud (e já foi comentado brevemente em outro texto). Em 1985 Freud e Breuer publicaram juntos o livro “Estudos sobre a histeria”, o marco do início da teoria psicanalítica.
É notável também o trabalho de Freud com os sonhos, que terão grande impacto na psicanálise. Em 1899 publica o livro “Interpretação dos Sonhos”, em que dá interpretações detalhadas de sonhos de alguns pacientes (e inclusive de si próprio). Este livro inaugura o termo “psicanálise” e o conceito de inconsciente dentro da disciplina.
Assim, Freud inicialmente defende o que se chama de primeira tópica: que o psiquismo se dividiria em processos conscientes, inconscientes e pré-conscientes (este último funcionaria como uma barreira entre o primeiro e segundo, e não será discutido aqui).
O conceito de inconsciente freudiano é de que existe, como parte da mente humana, um conjunto de fatos e processos que opera e se mantém sem a consciência do indivíduo. Desta forma, os eventos que marcam a vida psíquica se mantêm em nossa mente, sem que tenhamos plena consciência disto.
Entretanto, são parte da vida mental: aquilo que é inconsciente não aparece espontaneamente à consciência, mas como que gera sinais de que existe — os sintomas, atos involuntários, sonhos e chistes. Estas vivências, inicialmente incompreensíveis, poderiam ser compreendidas dentro da biografia individual.
O tratamento dos sintomas psíquicos seria, portanto, nesta primeira concepção da psicanálise, trazer à consciência o trauma inconsciente. Aquilo que angustia pode então ser trabalho, nomeado e “processado”, para que o sintoma inicial cesse.
A implicação do conceito é tremenda, mesmo na vida cotidiana: se atualmente é comum pensar que frequentemente tomamos atitudes de maneira inconsciente (sem pensar), isto certamente não era o caso há 100 anos atrás. A influência do conceito é observável na própria cultura.
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