Memória Implícita
Já falamos sobre as memórias de curto prazo e as de longo prazo explícitas na última semana. Falemos então de um outro tipo de memória de longo prazo: a Memória implícita.
Esta é um tipo de memória no qual as experiências passadas auxiliam o desempenho de uma tarefa sem que passe por um processo consciente de tais experiências. Portanto a memória implícita só pode ser aferida pelo desempenho, por algo factual.
Por exemplo: andar de bicicleta, tocar um instrumento musical ou dirigir um carro. Ambos envolvem um aprendizado gradual por meio de repetição.
Vamos ao exemplo de aprender a dirigir um carro: é preciso 1) engatar a primeira marcha, 2) pisar na embreagem e soltar aos poucos, ao mesmo tempo em que 3) o outro pé pisa no acelerador. Enquanto isso, você também 4) conduz a direção, 5) observa os espelhos retrovisores e 6) presta atenção nos demais carros circulando.
No início, todo este processo precisa ser meticulosamente pensado e planejado, caso contrário, o carro morrerá ou você sofrerá um acidente. Após seguidas tentativas, você terá aprendido como dirigir um carro.
Uma vez aprendido, você não precisará pensar em cada ação porque isto estará “automatizado”, isto é, você poderá pensar nas tarefas do dia, nas contas a pagar ou no caminho que irá fazer sem que isso interfira na condução. Este foi um exemplo de memória implícita de procedimento.
Existem também outros tipos de memória implícita, como o condicionamentos clássico e operante, a aprendizagem não associativa e a pré-ativação (priming). Esta última ocorre quando a exposição prévia a um estímulo facilita o subsequente processamento de um estímulo semelhante (pré-ativação semântica) ou mesmo o processamento desse mesmo estímulo posteriormente.
No caso do condicionamento clássico, são associados dois ou mais estímulos e, no operante, um estímulo a uma determinada resposta. Por fim, quando se trata de uma memória implícita não-associativa, uma resposta é atenuada (habituação) ou aumentada (sensibilização) por meio da repetição de um mesmo estímulo.
2 Comments
Anete Mancini
Obrigada dra. Julia
Dr. Renato Mancini
Obrigado, Anete pela sua participação! Um abraço de toda a Equipe!