Entenda os riscos do consumo de álcool durante a quarentena
É um habito frequente dos adultos, aos finais de semana, consumir bebidas alcoólicas com amigos ou mesmo em reuniões familiares. No entanto, com a pandemia e a necessidade do isolamento social, a rotina das pessoas dentro de casa mudou e, com isso, seus hábitos também.
Como boa parte da população tem trabalhado em casa e evitado sair sem necessidade, as pessoas passaram a sentir que não há mais diferença de dias de semanas ou finais de semana. Com isso, aquela sensação de relaxamento causado pela chegada da sexta-feira passou a não ter a mesma intensidade como antes. Além disso, a imprevisibilidade causada pelo fato de não sabermos o fim desta pandemia também tem levado a aumento de ansiedade e de sintomas de depressão na população.
Dessa forma, como a bebida alcoólica tem como função fazer a pessoa espairecer, abstrair pensamentos e aliviar o estresse, muitas pessoas passaram a beber de forma mais frequente que antes e muitas vezes sem perceber este aumento no consumo.
Embora a maior exposição ao álcool não seja o único fator que resulte ao alcoolismo, ainda assim, o excesso em bebidas deve ser algo a se observar com cuidado, devido aos seus perigos, tanto para a saúde física quanto mental.
O álcool, embora realmente possa causar relaxamento no curto prazo, em longo prazo, os seus efeitos são exatamente inversos. A pessoa que bebe como forma de se livrar de sensações negativas, como sintomas de ansiedade e depressão, consegue atingir esse objetivo apenas durante o consumo. Porém, depois de beber, percebe que as sensações negativas ainda continuam com ela, o que pode aumentar ainda mais a sua angústia. Além disso, ao passar do tempo e do consumo excessivo, o cérebro da pessoa pode ter mudanças neuroquímicas como a diminuição da serotonina, neurotransmissor que, quando reduzido, está associado ao quadro de depressão.
Além dessa questão psicológica, o maior consumo de álcool não é indicado durante este período de pandemia. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma vez que bebida em excesso pode prejudicar a imunidade e, portanto, correr mais risco de contrair COVID-19. Além disso, com as pessoas em casa, o álcool pode ocasionar em aumento da agressividade. As organizações levantam a preocupação do aumento do número de violência doméstica.
Por fim, por mais que tenha sido dito anteriormente que o excesso de álcool não é suficiente para que a pessoa se torne etilista, se existe uma predisposição genética, é possível sim que o consumo excessivo do álcool durante estes meses seja uma porta de entrada para a dependência.
A partir das consequências negativas apresentadas anteriormente, faz-se necessário o controle em relação ao consumo de álcool. Sendo assim, algumas medidas são importantes para evitar que beber em demasia se torne um hábito. O primeiro ponto é identificar quando está sentindo insegurança da situação atual e para evitar a fuga desse sentimento por meio do álcool, busque conversar com alguém (seja amigo ou familiar) para expor este sentimento. Em relação a beber diante do tédio por conta dos dias iguais, busque colocar uma rotina com atividades prazerosas para você, como, por exemplo: ver filmes, ler livros, fazer chamada de vídeo com amigos e familiares e jogos on-line são de suma importância. Por fim, para os sintomas físicos da ansiedade e estresse, busque fazer exercício físico e meditação regularmente.