Problemas financeiros e Saúde Mental na Pandemia
Estamos passando por uma situação muito difícil. Um aumento exponencial de casos de COVID-19 e uma crise econômica desastrosa. Somos bombardeados por notícias angustiantes por todos os lados. Uma parte dos políticos se sente obrigada a considerar reabrir os comércios apesar dos riscos apontados pelas organizações de saúde. E quanto mais tentamos manter uma quarentena parcial, mais a situação tende a piorar a questão da proliferação da doença e adiar a recuperação econômica.
Mas as preocupações com a economia não afetam a saúde somente com os casos de COVID-19. Existe uma forte ligação entre as preocupações financeiras que estamos tendo e nossa saúde mental. Queixar-nos da questão econômica está fazendo parte de nossas vidas, seja ao ver movimentos para ajudar pequenos empreendedores, notícias do Auxilio Emergencial, ou até ouvindo histórias sobre demissões de pessoas próximas.
Nós sabemos (e estamos sentindo) como essas histórias influenciam nosso emocional. Estamos preocupados, estressados, nos sentindo impotentes em relação a isso. Porém essa situação pode nos afetar de modo mais profundo e insidioso: talvez a gente esteja começando a desenvolver algum transtorno mental, como ansiedade ou depressão. Esses Transtornos podem gerar mais problemas, como nos deixar estagnados por falta de iniciativa ou até levar ao suicídio em casos mais trágicos.
Aqui estão algumas dicas para manter a mente mais saudável em relação a essa questão.
- Cuidado com notícias e histórias
Os noticiários não tem tido notícias muito otimistas ultimamente e isso não ajuda na saúde mental. Um estudo de 2011 do British Journal of Psychology, mostrou que pessoas que viam notícias ruins (comparado com notícias neutras ou boas) passaram a apresentar preocupações com outras áreas de sua vida não relacionadas ao tema da notícia. Um cenário como o que estamos vivendo, cria um ar de pessimismo muito forte, porque tendemos a catastrofizar todo o nosso futuro.
O mesmo pode se aplicar a histórias tristes de pessoas à sua volta.
É importante filtrar todas essas informações. E isso não tem a ver com ignorar a realidade. Você sabe o que está acontecendo e essas histórias não vão deixar de chegar a você. Mas você pode reduzir a quantidade de informação se não procurar ativamente. Portanto, se não for possível parar de ver notícias, defina horários específicos para se informar.
- Controlar o que é possível
Mesmo recebendo as notícias somente passivamente, é possível que você sinta falta de controle e incertezas sobre como e quando as coisas vão melhorar. Infelizmente não é possível controlar grande parte disso, mas existem algumas coisas que nós podemos. Em vez de pensar na situação geral, concentre-se nas suas finanças e como você pode mudar alguns hábitos para controlar o seu dinheiro nesse momento. Foque no que você tem, e no melhor jeito de se virar com isso. Fique atento aos momentos em que seu pensamento vai para as catastrofizações. A gente não sabe o que vai acontecer no futuro e isso quer dizer que o pior cenário que você está imaginando pode não se concretizar. Volte para o aqui e agora. O que você está ao seu alcance agora? O que você pode economizar hoje?
- Tudo passa
Lembre-se, por mais terrível que este momento esteja sendo para você, ele vai passar e as coisas vão melhorar. As coisas não são como a gente deseja ou prevê, e isso tem suas vantagens se a gente considerar todos os pensamentos negativos que estão rondando por aí. Já tivemos outras crises econômicas e uma coisa que ganhamos sempre é resiliência e como aprender com as dificuldades.
É comum que em momentos de crise financeira a gente considere prevenção ou tratamento na saúde mental algo supérfluo, mas isso interfere diariamente em produtividade, decisões na vida profissional e na sua relação com as pessoas. Isso pode fazer muita diferença em um momento de necessidade, para encarar as coisas com menos pesar. Considere esse investimento, busque ajuda. É importante cuidarmos desse fator. Assim mantemos nosso foco e força para quando a crise passar e tivermos a oportunidade de recomeçar.
Se precisa de ajuda ou está com dúvidas, não deixe de se consultar com profissionais que podem te ajudar.