Distorção Cognitiva: o que é e como identificar?
As distorções cognitivas são tipos de deformações de pensamentos que resultam em alterações no modo em que processamos as informações e interpretamos as nossas experiências.
Inevitavelmente, esses erros de raciocínio permeiam a nossa noção de realidade e influenciam a construção de julgamentos sobre nós mesmos, os outros ou sobre o mundo que nos cerca.
Recentemente gravei um vídeo falando sobre as distorções cognitivas. Naquele momento, escolhi falar sobre três tipos de alterações de pensamento.
Nesse texto eu continuarei o assunto, contemplando outros tipos de erros. Porém, retomarei brevemente alguns pontos importantes: o que são as Distorções Cognitivas e como identificá-las.
Distorção Cognitiva: o que é?
As distorções cognitivas são tipos de deformações de pensamentos que resultam em alterações no modo em que processamos as informações e interpretamos as nossas experiências. Inevitavelmente, esses erros de raciocínio permeiam a nossa noção de realidade e influenciam a construção de julgamentos sobre nós mesmos, os outros ou sobre o mundo que nos cerca.
Qualquer pessoa está sujeita aos erros de pensamento que surgem nas mais variadas situações. Porém, aqui vale uma ressalva: existem alguns padrões de distorções cognitivas que são mais frequentes em determinados transtornos mentais.
Muitas vezes, aceitamos esses tipos de erros como verdades únicas e as consequências logo surgem, ou em conflitos e/ou sofrimento emocional. No geral, essas distorções estão relacionadas aos conteúdos mais profundos do nosso de ser, trazendo nossas convicções e influenciam diretamente como sentimos, pensamos e nos comportamos.
Então, e se aquelas impressões que temos sobre a nossa realidade estivessem meio equivocadas?
E se, nem sempre as coisas fossem “preto no branco”, ou aquelas situações não eram “tão ruins” quanto nós imaginávamos e percebemos que transformamos pequenos problemas em grandes catástrofes? Ou até mesmo aquele velho rancor guardado de alguém que “sentimos” que não nos aprova. Ou aquela oportunidade de trabalho que nem nos candidatamos porque “sei não sou bom o suficiente”.
São inúmeros os exemplos que podem ocorrer no dia a dia.
Para melhor compreensão, seguem os erros cognitivos mais frequentes e uma breve apresentação:
Abstração seletiva/ Visão de túnel:
Valorizar apenas os aspectos negativos, evidenciando os “problemas”, ignorando o todo, conhecido como filtro negativo: “Errei uma questão da prova, sou burro”, “ninguém gosta de mim”.
Raciocínio emocional
Conclui fatos levando em consideração apenas as emoções: “Eu sinto que ele não gosta de mim”; “Sinto que as pessoas falam de mim pelas costas”; “Sinto que fui enganado”;“Sinto que fui bem na prova”.
Rotulação
Definir ou rotular, levando em consideração uma determinada ocasião isolada: “Sou um perdedor”; “Ele não me ajudou, é um completo egoísta”; “Ela é má”.
Maximizando/Minimização
Quando fazemos uma avaliação parcial, maximizando e /ou minimizando o lado positivo ou negativo: “Eu tenho um ótimo emprego, mas tudo mundo tem”; “Tirei uma boa nota, mas houve notas melhores que as minhas”; “Dei sorte, não tenho capacidade”.
Personalização
Assumir total responsabilidade pelas situações ou estados emocionais das pessoas e/ou situações: “É minha responsabilidade garantir a felicidade da minha família”;“ Sou culpado por tudo que deu errado”; “ Minha esposa está de cara feia. Devo ter feito algo errado”.
Afirmações “Deve ser” e “Tenho que”: são imperativos, fixos, exigências de como as coisas precisam ser: “Eu devo ser perfeito”; “Eu devo ser a melhor aluna”; “Eu deveria ter dado o melhor de mim, sempre”.
Desqualificar / desconsiderar o positivo
As experiências positivas são descartadas: “Eu tirei a carta de motorista, não significa que sei dirigir”; “Eu passei na prova, não importa porque foi fácil”; “ Fui o aprovado entre todos os candidatos, mas não sou o mais qualificado”.
Nem sempre nossos julgamentos estarão equivocados. “Temos centenas ou milhares de pensamentos por dia. Alguns são disfuncionais, outros não” (JS Beck, 2013).
Não existem fórmulas que eliminem por completo as distorções cognitivas ou que resolvam todos os problemas já causados por elas, porém é válido exercitar a ponderação e investigar outras alternativas, principalmente sobre aqueles pensamentos que são frequentes, causadores de sofrimento e limitantes de potencialidades.
Se precisa de ajuda ou está com dúvidas, não deixe de se consultar com profissionais que podem te ajudar.