POLIFARMÁCIA – RISCOS X BENEFÍCIOS
A definição comumente usada de polifarmácia psiquiátrica é o uso de dois ou mais medicamentos psiquiátricos no mesmo paciente ou o uso de dois ou mais medicamentos (da mesma classe ou com as mesmas ações farmacológicas) para tratar a mesma condição.
Tipos de polifarmácia:
– Mesma classe: uso de mais de um medicamento da mesma classe.
– Multi-classe: uso de mais de um medicamento de classes diferentes para o mesmo agrupamento de sintomas.
– Adjunta: o uso de um medicamento para tratar os efeitos colaterais de outro medicamento.
– Polifarmácia total: é a contagem total de medicamentos usados em um paciente.
Fatores relacionados à polifarmárcia:
– Associados à doença: comorbidades psiquiátricas (mais de um diagnóstico), doenças refratárias, controle parcial dos sintomas, controle de efeitos colaterais de uma medicação
– Má adesão ao tratamento ou adesão insuficiente (‘falso refratário’)
– Uso pelo paciente da auto-medicação
– Baixa acessibilidade a tratamentos complementares com equipe multidisciplinar (ex: psicoterapia, terapia ocupacional, reabilitação social)
Riscos associados à polifarmácia:
– Aumento dos efeitos colaterais das medicações
– Aumento de risco de interação medicamentosa e de toxicidade
– Piora da adesão ao tratamento devido às múltiplas medicações
– Aumento do custo do tratamento
Há claramente momentos em que a polifarmácia é necessária, por exemplo, em casos de comorbidades que exigem mais de uma classe de medicamentos, quando a monoterapia proporciona melhora insuficiente, ou ainda visando o uso temporário de medicações para controle agudo de alguns sintomas. Dessa forma, quando é necessário a combinação de medicações, essa deve ser feita de forma racional e sempre baseada em evidências científicas.