Tratamento Farmacológico na Doença de Alzheimer – Parte 1
As medicações na doença de Alzheimer podem ser utilizadas com dois objetivos diferentes: para os sintomas cognitivos e para os sintomas comportamentais.
Quanto ao quadro cognitivo, as medicações de primeira escolha são os inibidores de acetilcolinesterase. São medicações que inibem a ação de uma enzima chamada acetilcolinesterase, que é uma enzima que degrada um neurotransmissor chamado acetilcolina. Dessa forma, essas medicações aumentam a quantidade de acetilcolina presente no cérebro. As principais medicações dessa classe são a donepezila, a rivastigmina e a galantamina. Os estudos ainda demonstram certa ambiguidade quanto a essas medicações, alguns pontuando que melhoram a memória e a atenção, atrasando a evolução da doença, e outros que trazem resultados negativos. Outros estudos mostram que essas medicações também podem auxiliar a atrasar a perda de funcionalidade e a necessidade de internação em clínicas de longa permanência.
Além dessas, outra medicação aprovada para uso na Doença de Alzheimer é a memantina, que bloqueia um receptor chamado NMDA. Essa acaba sendo utilizada nos estágios moderado e avançado da doença, geralmente como complementar ao uso de algum inibidor da acetilcolinesterase. Da mesma forma que as medicações acima, a memantina também apresenta resultados ambíguos nos estudos, sendo que alguns pacientes se beneficiam mais do que outros.
É importante entender que tais medicações não alteram a neuropatologia subjacente na doença de Alzheimer (a formação de placas amiloides e emaranhados neurofibrilares, como discutido em um texto anterior). Desse modo, não são medicações que irão reverter ou interromper a evolução da doença.
Bibliografia: Mast, BT; Yochim, BP. Doença de Alzheimer e demência. 1 ed. São Paulo : Hogrefe, 2019.