O que é a Demência?
A demência é uma síndrome caracterizada por perdas no funcionamento cognitivo (por exemplo, declínios na memória, linguagem, raciocínio, execução de tarefas complexas, julgamento ou outros) e alterações comportamentais que são graves o suficiente para comprometer o cotidiano da pessoa. Ou seja, trata-se de um indivíduo que possuía independência para executar determinadas atividades e começa a apresentar dificuldades na execução dessas atividades habituais do dia-a-dia, como realizar o seu trabalho, fazer compras, pagar contas, dirigir, usar o telefone.
É importante entender que as perdas cognitivas que acontecem nos quadros de demência são diferentes do declínio cognitivo que acontece normalmente com a idade. As perdas cognitivas normais que acontecem no processo de envelhecimento saudável são discretas e não atrapalham o funcionamento da pessoa em seu cotidiano.
Sabe-se que o principal fator de risco para desenvolver um quadro de demência é a idade. Enquanto aproximadamente 5% dos indivíduos entre 65 e 70 anos são diagnosticados com quadros demenciais, essa porcentagem passa para 30 a 40% em indivíduos acima de 85 anos. Todavia, há casos nos quais a demência pode acontecer em pessoas mais jovens, por exemplo, na Doença de Alzheimer de início precoce (antes dos 60 anos).
Diversas doenças podem causar demência. A principal e mais conhecidas delas é a Doença de Alzheimer, que é responsável por aproximadamente 60 a 80% dos casos irreversíveis de demência. Contudo, há também outras doenças que levam a demências irreversíveis, como a Demência Vascular, Doença de Corpúsculos de Lewy e Demência Fronto-Temporal, por exemplo.
Além disso, quadros demenciais podem acontecer em decorrência de doenças clínicas reversíveis, por exemplo, hipotireoidismo ou deficiência de vitamina B12, ou também por conta de quadros psiquiátricos, como depressões ou abuso de álcool.
Desse modo, diante da suspeita de alterações cognitivas, é importante procurar seu médico, que poderá fazer uma avaliação inicial com a entrevista e testes de triagem. Com isso, ele poderá indicar a realização de teste neuropsicológico, que avalia com maior profundidade e precisão as áreas cognitivas. Além disso, o médico poderá solicitar exames para descartar outras causas que possam influenciar a cognição.
Bibliografia: Mast, BT; Yochim, BP. Doença de Alzheimer e demência. 1 ed. São Paulo : Hogrefe, 2019.