Transtorno Obsessivo-Compulsivo (2)
Na semana passada conversamos sobre o que é o Transtorno Obsessivo Compulsivo. Falamos sobre seu quadro clínico, caracterizado por Obsessões (pensamentos involuntários, intrusivos e desagradáveis) e Compulsões (ato voluntário e ritualizado para tentar aliviar os sentimentos desagradáveis da obsessão).
Todavia, algumas pessoas apresentam quadros clínicos algo diferenciados desse relato clássico. Um exemplo disso é quando a compulsão não é realizada após obsessões, mas por sensações subjetivas. Essas sensações subjetivas podem ser de 3 tipos: nojo, fenômenos sensoriais e experiências de incompletude.
O nojo é uma reação desagradável desencadeada por objetos repugnantes. É comumente acompanhado por sintomas físicos como palidez, diminuição da frequência cardíaca, diminuição da pressão arterial, aumento do movimento dos intestinos, náuseas. Tal reação pode ser desencadeada por diferentes estímulos: suor, saliva, sujeira, determinados objetos. A compulsão nesse caso é uma forma de tentar aliviar a sensação de nojo.
Os fenômenos sensoriais são uma sensação de desconforto em determinadas regiões do corpo, descritas muitas vezes como “agonias”. A compulsão aparece como um “tenho que” que alivia essa “agonia”, como olhar para o lado, tocar algo, raspar alguma parte do corpo.
Por fim, as experiências de incompletude são sensações de que “algo está fora do lugar” ou incompleto. A compulsão aparece como uma forma de corrigir isso. Muitas vezes esse comportamento acaba sendo interpretado como “perfeccionismo”, desse modo, estão frequentemente associadas ao quadro de TOC ligado a simetria, ordem e alinhamento.