O uso do divã
O divã é cenário de muitos filmes e imaginários, mas poucos sabem seu propósito e fundamentação.
Freud, conhecido como pai da Psicanálise, se utilizava da associação livre como método para acessar conteúdos inconscientes de seus pacientes. Ao longo de seu trabalho clínico, observou que o contato visual entre analista e paciente poderia aumentar suas defesas criando obstáculos ao processo analítico e, consequentemente, à produção de insights, uma vez que o paciente estaria monitorando as reações do terapeuta e a relação transferencial ficaria prejudicada.
Portanto, o divã não é mero adorno no consultório do psicanalista e sim uma ferramenta utilizada no tratamento visando reduzir as resistências.
Ainda assim, é um recurso nem sempre utilizado no setting terapêutico, apesar de disponível, pois implica numa total entrega por parte do paciente e por isso deve ser respeitado seu tempo de passagem ao divã.
É usual que haja uma entrevista prévia, frente a frente, buscando investigar toda a história do sujeito, bem como a queixa que o levou a buscar atendimento. Mais tarde o uso do divã pode ser recomendado pelo analista.