Uma História de Superação
É inquestionável como nossos rostos desempenham um papel primordial em nossa identidade, dadas suas características distintivas. Os formatos dos olhos, do nariz, da boca, suas proporções, a presença de pintas ou cicatrizes, entre outras coisas tornam cada pessoa única.
O ser humano faz parte de um grupo seleto de espécies que consegue reconhecer seu rosto em um espelho. E é a única capaz de demonstrar descontentamento por suas próprias características. Além disso, o rosto faz parte dos nossos processos de comunicação. É possível demonstrar nossas emoções através das expressões faciais e reconhece-las em outras pessoas, em padrões universalmente presentes, independente da cultura que a pessoa se insere.
A National Geographic preparou recentemente uma reportagem emocionante sobre a história de superação de Katie Stubblefield e de sua relação com o rosto. Trata-se de uma jovem americana, que, aos 18 anos, vinha enfrentando uma série de dificuldades: tinha uma autocobrança elevada, passava por problemas de saúde, tivera que mudar de cidade recentemente 2 vezes, sua mãe acabara de ser demitida e ela teve um rompimento de um namoro.
Diante de tamanho sofrimento, essa jovem se viu em uma situação em que não acreditava mais ter solução ou razão para viver, e, com isso optou por se suicidar. Ela pegou o revólver de seu pai, o posicionou sob seu queixo e disparou. A bala causou-lhe severos danos em toda sua face (segundo os médicos especialistas que lhe acompanham, trata-se do pior ferimento de face que já viram), porém, milagrosamente, ela sobreviveu.
Nesse momento, se iniciou seu tratamento, que envolveu diversos profissionais, como psiquiatras, psicólogos e cirurgiões plásticos. Foram diversas cirurgias reparativas em seu rosto, tentando alcançar o melhor resultado possível. Por fim, aos 21 anos, ela passou por um tratamento inovador: um transplante de face. Trata-se de uma cirurgia ainda em estudo, com poucas tendo sido realizadas no mundo.
Tal procedimento cirúrgico teve um longo processo de preparação e o ato cirúrgico durou 31 horas. Subsequentemente ela teve que passar por mais algumas cirurgias de revisão. Atualmente, Katie está com 22 anos, tem como foco sua recuperação e retomar sua vida.
Katie deseja iniciar a faculdade e gostaria de trabalhar com saúde mental. “Muitas pessoas me ajudaram, agora eu quero ajudar outras pessoas”, ela diz. Seu foco é poder ajudar pessoas que estejam passando por dificuldades, falar sobre suicídio e orientá-las sobre o valor da vida.
“Independente do que estiver passando pela sua vida, eu diria que isso é apenas temporário. E não importa o que é, sempre haverá alguém com quem você possa conversar”, ela diz.
Se você estiver passando por dificuldades não deixe de procurar por ajuda!
Se tiver interesse em ler a matéria original na íntegra, em inglês, segue o link: https://www.nationalgeographic.com/magazine/2018/09/face-transplant-katie-stubblefield-story-identity-surgery-science.