Maternidade, vida profissional e o papel da mulher na sociedade.
Muito tem sido discutido sobre o papel da mulher na sociedade e a busca por um espaço no mercado de trabalho com maior equidade em relação aos homens. É indiscutível que a mulher conquistou muitos avanços ao longo dos anos nesse sentido, mas há um longo caminho a percorrer.
Temos uma questão prática: mulheres engravidam. É também verdade que, nos primeiros meses, a dependência do bebê com a mãe, principalmente no puerpério, é inevitável. Durante esse período, ainda que o bebê já tenha nascido, existe um “cordão umbilical imaginário” que liga a dupla e que pode ser melhor descrito como SIMBIOSE, que implica tanto numa dependência do bebê com a mãe, como a mãe com o bebê.
Tal dependência extrapola as fronteiras das necessidades fisiológicas. Falamos aqui de dependência afetiva, como se o bebê fosse uma extensão da mãe. Mas e como fazer com a carreira, o trabalho e os outros papéis que exerce?
Como conciliar a vida profissional e as exigências a ela associadas com o desejo da maternidade? Existe um momento ideal para se ter filhos?
Não é incomum as mulheres sentirem ambivalência na hora de tomar tal decisão. Sim, porque toda escolha implica em uma renúncia, mesmo que temporária. Junto dessa decisão, vem a insegurança, a culpa, o medo e uma série de questionamentos sobre seu lugar no emprego, dentro da relação conjugal, na família e nas relações interpessoais.
Muitos anos se passaram desde as sociedades patriarcais. A mulher foi acumulando funções e hoje trabalha tanto quanto o homem, mas seu trabalho em casa ainda não recebe o valor que deveria, afinal, é pouco palpável, diferente do dinheiro que provê a família, aquele conquistado pelo homem durante o período de licença da mulher.
Como durante a licença maternidade a mulher não consegue trabalhar, as tarefas são divididas entre o casal. No entanto, para cada casal funciona uma regra diferente.
Levantada esta questão, gostaria de saber como cada casal lida com essas situações como forma de enriquecer nossa discussão. Responda nos comentários ou envie para julia@mancinipsiquiatria.com.br.