“Como é isso para você?”
“Como é isso para você?” É muito provável que quem faz terapia já tenha escutado de seu psicólogo essa ou outra frase similar, e embora para muitos seja óbvio o motivo de tal indagação, há também aqueles que não entendem o motivo dela.
Assim, o objetivo é explicar, resumidamente, qual a finalidade dessa pergunta tendo como base teórica a fenomenologia.
Para tanto, é necessário explicar o conceito de intencionalidade, que afirma que toda consciência, é consciência de algo; que a consciência é sempre ‘consciência de alguma coisa’, que ela só é consciência estando dirigida a um objeto. Por sua vez, o objeto só pode ser definido em sua relação à consciência, ele é sempre objeto-para-um-sujeito.
Nesse sentido, na psicoterapia, a ideia de intencionalidade contribui para:
- foco na experiência direta do paciente: o psicoterapeuta acaba interessado na experiência direta do paciente, como ela é interpretada e vivenciada por ele, como a experimenta e quais significados dá a ela.
- exploração do mundo: como o indivíduo percebe e interpreta seu mundo pessoal, tanto os eventos objetivos, como também as experiências subjetivas e o sentido dessas experiências.
- desconstrução de “certezas”: ajuda a pessoa entender os sentidos, intenções e significados que atribui às experiências, o que pode revelar padrões automáticos de pensamento, pressuposições ocultas e visões distorcidas e estreitas a respeito de determinada experiência.
- visão não reducionista: buscar entender a experiência do paciente em sua totalidade, permitindo uma compreensão mais profunda do indivíduo, não o reduzindo a simples sintomas ou categorizações diagnósticas.
Assim é que, ao levar em conta a intencionalidade valorizamos e buscamos compreender a experiência subjetiva do paciente, com suas interpretações e significados.