Psicoterapia de casal – Quando o parceiro não quer ir
Se a decisão de fazer psicoterapia individual é complexa, por diferentes aspectos como: se reconhecer impotente diante do sofrimento, dificuldade em aceitar a necessidade de ajuda, o estigma social por fazer terapia, entre outros. A decisão de fazer psicoterapia como casal pode ser ainda mais desafiadora.
Diante de dificuldades no relacionamento, ocorre com certa frequência, que uma das partes esteja mais aberta e interessada na psicoterapia de casal, enquanto a outra não. Algumas pessoas se acomodam em um relacionamento, apesar de insatisfeitos, seguem preenchendo a vida com tarefas, distrações, sem mais expectativas acerca do casamento ou da vida que estabeleceram a dois. Outros vêem a relação tão deteriorada, que perdem a capacidade de acreditar que um profissional possa efetivamente auxiliar e desistem, emocionalmente abandonam a relação, embora ainda não consigam fazê-lo fisicamente.
Diante desse contexto, a possibilidade da psicoterapia se torna mais um motivo de conflito entre o casal. A parte interessada sente-se “de mãos atadas”, impotente, cada vez mais frustrada e infeliz.
Foram elencadas abaixo algumas sugestões, que podem auxiliar neste conflito:
- Entenda como funciona a psicoterapia e desconstruir ideias fantasiosas. Como por exemplo, o terapeuta ser invasivo, arbitrário ou julgar moralmente o comportamento do casal. Fale como um psicólogo mesmo de maneira descompromissada, mas que o próprio profissional tenha oportunidade de explicar a forma como trabalha e esclarecer possíveis dúvidas.
- Relembre ao parceiro o que vocês tem a perder com um possível fim do relacionamento.
Geralmente apesar da crise estabelecida, há memórias, valores, sonhos, significados que um representa para o outro. Revisitar as construções feitas a dois e o valor delas, pode ser uma maneira de sensibilizar para a necessidade de auxílio profissional. - Divida a responsabilidade pela procura da psicoterapia de casal. Em uma relação, a responsabilidade das crises é mútua, há contribuição das duas partes para estarem na situação que enfrentam e reconhecer isso é importante.
- Busque relatos de amigos ou pessoas influentes que se beneficiaram com a psicoterapia e
dividir isso com seu cônjuge. - Considere que pessoas bem resolvidas tomam decisões assertivas. Convide seu parceiro para a psicoterapia de casal, mesmo que isso signifique uma última tentativa. O término de um relacionamento é desafiador, ele precisa ser uma opção depois que todas as possibilidades anteriores foram esgotadas. Ter essa convicção é fundamenta para auxiliar o antigo casal a superar o luto e recomeçar.