Autismo em Adultos
Muitas são as pesquisas e a ênfase sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) durante a
infância, porém, há notável escassez de informações sobre a fase adulta e a velhice. O autismo
é definido como um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades em
interação social, comunicação e comportamentos repetitivos e restritos.
A identificação do autismo em adultos pode ser uma jornada longa, exigindo uma investigação
minuciosa desde a infância até o presente. A maioria dos adultos diagnosticados tardiamente
são pais de crianças com autismo, que descobriram sua condição após o diagnóstico dos filhos.
Um adulto não se torna autista de repente, tornando crucial a percepção dos sintomas desde a
infância. Contudo, o levantamento desses sintomas é desafiador e nem sempre o diagnóstico é
conclusivo. Essas pessoas não se enquadram completamente no nos critérios de autismo nem
no desenvolvimento neurotípico.
Geralmente, são pessoas do nível 1 do espectro autista, com pouca necessidade de apoio
multidisciplinar na infância, habilidades verbais e capacidade de trabalhar de forma
independente.
Devido à diversidade do espectro autista, as dificuldades na fala da infância podem não se
manifestar como atraso, mas sim como prejuízos na funcionalidade. Pesquisas destacam
características e sintomas comuns na vida adulta como:
- inteligência normal ou alta
- dificuldades nas interações sociais
- comportamento sistemático
- desregulação emocional
- interesses restritos
- uso de termos formais e difíceis na fala
- detalhistas em ações e repetições
- desorganização sensorial (luz, som alto, texturas etc)
- desatenção/impulsividade
- aumento da ansiedade
Enfrentar uma ampla gama de sintomas autísticos é altamente individual, pois cada autista é
único. Deste modo, um adulto poderá apresentar alguns, mas nem todos os sintomas de TEA.
A importância do diagnóstico se dá na medida em que se conhece o alto índice de suicídios em
pessoas com transtornos mentais, incluindo o autismo.
Além disso, a incompreensão e exclusão de pessoas com autismo, especialmente devido às
dificuldades na interação social, resultam em desafios significativos em suas vidas pessoais e
profissionais. Sendo assim, identificar o autismo na vida adulta é importante para proporcionar
o apoio necessário.