Transtornos de ansiedade

A ansiedade é um termo que descreve um estado de preparação para enfrentar situações de perigo. Nos nossos ancestrais o perigo estava relacionado à sobrevivência, entretanto nos dias atuais, e na maneira como nossa sociedade é organizada, o perigo está mais relacionado à auto preservação tanto física como
emocional. Por isso a ansiedade por si só não é prejudicial, mas protetora, nos deixando em estado de alerta e nos preparando para enfrentar possíveis situações perigosas ou difíceis.
Entretanto, há outro aspecto da ansiedade: a patológica, que causa sintomas desagradáveis e atrapalha a funcionalidade do indivíduo no dia a dia. Sintomas como problemas de sono, concentração, atenção, redução da produtividade, inquietação, fadiga e irritabilidade podem ser sinais de ansiedade patológica.
Quando falamos em patologia estamos falando de um desequilibro fisiológico, ou seja, um desequilíbrio de substâncias químicas cerebrais (neurotransmissores) produzidas por estruturas responsáveis por processar informações ameaçadoras. E dentro da ansiedade patológica existem inúmeros quadros, conhecidos como transtornos, como: Ansiedade generalizada, Fobia social, Fobias específicas, Pânico, Transtorno obsessivo compulsivo, Estresse pós traumático entre outros. O que todos esses quadros têm em comum, e que os tornam patológicos, é o fato de provocarem respostas inadequadas e afetarem o funcionamento cotidiano do indivíduo.
Os transtornos de ansiedade causam, nível somático (corporal), sintomas como aceleração cardíaca, sudorese, formigamento, respiração acelerada, tremedeira, tontura, boca seca, falta de ar entre outros. E a nível cognitivo (pensamento) a sintomatologia está mais relacionada ao tipo de transtorno em questão, em ansiedade generalizada, por exemplo, pode-se perceber preocupação excessiva e persistente, insegurança, sensibilidade a críticas, perfeccionismo entre outros.
Enquanto que na fobia social observa-se medo intenso diante de situações sociais, temor em comportar-se de forma embaraçosa ou em ficar exposto a avaliações negativas de terceiros, entre outros.
Na maioria dos casos de Transtorno de Ansiedade o tratamento é sempre multiprofissional, envolvendo psicoterapia e tratamento medicamentoso com acompanhamento médico. No processo psicoterapêutico são trabalhados os conteúdos dos pensamentos e crenças do paciente, que na maioria das vezes são
gatilhos para ansiedade, além de funcionar como um espaço para manifestação de sentimentos angustiantes. Enquanto o acompanhamento psiquiátrico cuidará não só do bem estar do paciente e da identificação do transtorno em questão, mas da parte fisiológica da ansiedade, através dos medicamentos.

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Doutora Maíra Babo

A psicologia começou fazer sentido para mim desde a adolescência quando percebi que corpo e mente estão em constante comunicação e se influenciando mutuamente. Desde muito cedo soube o caminho profissional que seguiria: psicologia em interface com o corpo, por isso a escolha da universidade foi criteriosa.

Após concluir a graduação pela Universidade Federal de São Paulo, iniciei meus estudos e práticas clínicas como psicóloga no Programa de Atendimento e Estudos da Somatização do Departamento de Psiquiatria da UNIFESP, onde pude praticar o atendimento psicológico a questões envolvendo corpo e mente.
Essa interface me suscitou cada vez mais curiosidade e após muito estudo da psicologia analítica, resolvi buscar algo mais voltado para o funcionamento neurológico, e foi quando iniciei minha formação em neuropsicologia – minha paixão profissional – pela Divisão de Psicologia do Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de medicina da USP.

Em conjunto com essa formação participei de projetos de pesquisa e atendimento neuropsicológico a pessoas portadoras do vírus da Hepatite C no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, e em seguida a crianças e pessoas vítimas de traumatismo cranioencefálico no Instituto Central do Hospital das Clínicas da USP.

Após o vislumbre da reabilitação neuropsicológica em tais experiências profissionais, busquei a formação em Reabilitação Neuropsicológica pela Divisão de Neurologia do Hospital das Clínicas da USP.
A fim de melhorar meu atendimento neuropsicológico e psicológico, especialmente a crianças e adolescentes, realizei curso de Desenvolvimento Humano pelo Instituto de Psiquiatria da USP, e cursos voltados ao aprofundamento da prática clínica tanto pautados na psicologia analítica como na terapia cognitivo comportamental.

Por isso minha prática clínica é pautada no profissionalismo e no respeito ao ser humano que está diante de mim, sempre levando em consideração suas inúmeras dimensões de existência.

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