Aquilo que chamamos de “Complexos”
Muito provavelmente todos já ouviram falar em “complexo”: “fulano tem complexo de inferioridade”, “Ciclano é muito complexado”, entre outros. O termo é bastante utilizado nos dias de hoje, entretanto seu significado nem sempre é claro.
Aquilo que chamamos de “complexo” faz parte de estrutura básica da psique, assim com “mãos” ou “pernas” fazem parte da anatomia básica do ser humano. Os complexos são entidades psíquicas que gravitam, como satélites, em torno da consciência, do Ego, entretanto são inconscientes, ou seja, muitas vezes não temos acesso a eles ou noção de que existem. São centros psíquicos carregados de energia
e que possuem certa autonomia.
Os complexos são naturais e comuns a todos os seres humanos e funcionam como aglomerados de conteúdos psíquicos temáticos: complexo paterno, complexo materno, complexo do divino, complexo de abandono, complexo de poder etc., e que por si só jamais são adoecidos.
Como os complexos são aglomerados energético temático dentro da psique, os seus centros funcionam como ímãs e atraem todas as experiências individuas relacionada àquele tema para junto dele. E é bem sabido que nem todas as experiências individuais são positivas. Uma pessoa com experiências negativas frequentes ou demasiadamente fortes relacionados ao materno, por exemplo, pode desenvolver um complexo materno adoecido. O mesmo pode acontecer com outros temas.
Os complexos adoecidos são capazes de causar perturbações no ego de uma forma surpreendente e, às vezes, irresistível. Quando são estimulados por uma situação ou evento, soltam uma rajada de energia que penetra na consciência do ego e inunda-a (constelação do complexo). E dependendo da descarga energética, o Ego perde o controle da consciência, e a pessoa acaba por ter comportamentos inadequados, cometer lapsos e gafes, ter perturbações da memória, alteração de julgamento,
conversas não satisfatórias entre tantas outras situações.
Toda constelação de complexos implica um estado perturbado de consciência, nos deixam em um estado de não-liberdade, nossos pensamentos se tornam obsessivos e nossas ações compulsivas, porque eles têm muita energia e são, de certa forma, autônomos.
Para lidar com tamanha força de tal dinâmica psíquica é necessário muito autoconhecimento para identificar aquilo que nos provoca fortes emoções e muitas vezes descontrole; e é preciso fortalecimento de Ego para elevar o nível de consciência possibilitando uma boa administração de nossos complexos. E não resta dúvida de que a melhor maneira para alcançar esse bom funcionamento psicológico
é através da análise e psicoterapia.