Análise Funcional em sintomas de estresse pós-traumático (PTSD)
A análise funcional também desempenha um papel importante na psicoterapia do estresse pós-traumático (PTSD, na sigla em inglês). O PTSD é um transtorno mental que pode ocorrer após uma experiência traumática, como um acidente grave, agressão física, guerra, desastres naturais, entre outros eventos que causem intenso estresse emocional.
Na psicoterapia do PTSD, a análise funcional é utilizada para compreender as relações entre os sintomas do PTSD, os gatilhos (estímulos relacionados ao evento traumático que desencadeiam os sintomas) e as consequências que mantêm esses sintomas.
A análise funcional no contexto do PTSD busca identificar os seguintes aspectos:
Evento traumático: É importante compreender os detalhes do evento traumático, incluindo o que
aconteceu, as emoções e sensações físicas vivenciadas pelo indivíduo naquele momento. Essa informação ajuda a estabelecer uma linha de base para a análise funcional.
Gatilhos: São estímulos ou situações que se assemelham ou lembram o evento traumático e que podem
desencadear reações de estresse e sintomas do PTSD. A análise funcional busca identificar quais são esses gatilhos específicos para cada indivíduo, como determinados lugares, cheiros, sons, imagens ou mesmo pensamentos.
Sintomas do PTSD: Os sintomas do PTSD podem variar, mas geralmente incluem reexperiências do trauma (flashbacks, pesadelos), evitamento de estímulos associados ao trauma, alterações cognitivas e emocionais, e aumento da reatividade fisiológica (hipervigilância, respostas de sobressalto). A análise funcional procura entender como esses sintomas estão relacionados aos gatilhos, bem como às consequências que mantêm sua persistência.
Consequências: As consequências referem-se às respostas ou reações que ocorrem após a manifestação dos sintomas do PTSD. Podem incluir a redução temporária da ansiedade associada à evitação de gatilhos, o alívio proporcionado pelos rituais de segurança ou até mesmo a atenção e o apoio social recebidos dos outros. A análise funcional busca identificar quais consequências podem estar mantendo os sintomas do PTSD, reforçando seu ciclo de ocorrência.
Com base na análise funcional desses aspectos, o terapeuta pode desenvolver um plano de tratamento
personalizado para o PTSD. Isso pode incluir técnicas como a exposição gradual aos gatilhos traumáticos, o reprocessamento do trauma através da terapia de dessensibilização e reprocessamento por movimentos oculares
(EMDR, na sigla em inglês), o ensino de estratégias de enfrentamento eficazes e a modificação das crenças e pensamentos disfuncionais relacionados ao evento traumático.
A análise funcional na psicoterapia do PTSD ajuda a compreender as complexas interações entre os
sintomas, os gatilhos e as consequências, proporcionando informações essenciais para o planejamento de intervenções terapêuticas adequadas e eficazes.