Transtornos de ansiedade: como e quando acontecem?
A ansiedade é um estado mental normal, compreendendo parte da experiência humana geral, com experiências subjetivas e alterações fisiológicas. É uma resposta pela antecipação de uma ameaça futura, seja ela real ou imaginada, e nem sempre é negativa. Por exemplo, a ansiedade pode contribuir para o estudo de uma prova, em que tenhamos a preocupação de falhar (ameaça). Isso nos estimula a estudar. Entretanto, quando ocorre de forma que perdura, é desproporcional ou prejudicial, podemos avaliar a presença de um transtorno de ansiedade. Em comum entre os transtornos de ansiedade, observa-se a ocorrência da ansiedade propriamente dita, bem como o medo e a esquiva. A diferença entre eles será, em suma, será o tipo de estímulo desencadeante da ansiedade.
O início, geralmente, já se dá na infância para muitos deles, em especial, as fobias, transtorno de ansiedade de separação e mutismo seletivo. Por outro lado, o transtorno do pânico e o transtorno de ansiedade generalizada tipicamente tem um início mais tardio, comumente na quarta década de vida. Alguns fatores parecem se associar à ocorrência de transtornos de ansiedade, como ser mulher, ter pais ansiosos, uso de substâncias psicoativas, como álcool e tabaco.
Curiosamente, mais da metade dos pacientes apresentam critérios para 2 ou mais transtornos de ansiedade e, mesmo assim, é comum um grande atraso entre o início de sintomas e a busca por tratamento, chegando até em 30 anos de demora.
Como a taxa de remissão de sintomas espontaneamente é baixa, de aproximadamente 23%, é importante o tratamento, para alívio dos sintomas e maior qualidade de vida. As diretrizes atuais para tratamento focam na psicoterapia como primeira linha de tratamento, além dos antidepressivos – o tratamento combinado dessas duas modalidades, inclusive, mostra-se superior.